😎 Promoção de meio de ano - Até 50% de desconto em ações selecionadas por IA no InvestingProGARANTA JÁ SUA OFERTA

Governo brasileiro avalia que juros mais altos vão frustrar recuperação, dizem fontes

Publicado 14.01.2016, 20:59
© Reuters.  Governo brasileiro avalia que juros mais altos vão frustrar recuperação, dizem fontes

Por Alonso Soto

BRASÍLIA (Reuters) - O governo da presidente Dilma Rousseff está preocupado que o possível aumento da taxa básica de juros na próxima semana possa frustrar seus esforços para recuperar a fragilizada economia, ao mesmo tempo que não conseguirá controlar a inflação, disseram fontes do governo nesta quinta-feira.

O Partido dos Trabalhadores, sindicatos e empresários estão pressionando o Banco Central para manter a Selic inalterada e evitar o aprofundamento do que caminha para ser a pior recessão do Brasil em mais de um século.

O BC elevou a taxa de juros em 7 pontos percentuais desde 2013, para o atual patamar de 14,25 por cento --a maior taxa entre grandes economias-- mas não foi suficiente para conter a alta de preços. A inflação encerrou 2015 em 10,67 por cento, mais que o dobro da meta, de 4,5 por cento.

A maioria dos economistas espera que o BC suba a Selic em 0,50 ponto percentual na próxima semana, mas eles temem que tal movimento coloque a autoridade monetária em confronto com a postura fiscal mais expansionista do governo. As autoridades têm quase certeza que o BC vai subir os juros na próxima semana, apesar de algumas dúvidas recentes entre operadores do mercado, disseram duas fontes.

O plano do governo de aumentar o crédito para alguns setores da economia e de ajudar a indústria automotiva e pequenas empresas mostra a crescente desconexão com o Banco Central, disseram.

Apesar de o governo da presidente Dilma não interferir, as fontes disseram que uma alta de juros é desnecessária uma vez que o aprofundamento da recessão, que custou o emprego de 1,5 milhão de brasileiros no último ano, eventualmente aliviará a inflação.

"Nossa preocupação é que uma alta nas taxas de juros agora não tenha efeitos sobre a inflação, mas tenha efeitos colaterais sobre a economia", disse uma fonte o Palácio do Planalto, na condição de anonimato.

"Não temos dúvidas que o Banco Central vai subir a taxa, mas achamos que é um remédio muito forte", disse a fonte.

A tensão entre o governo e o BC surgiram no primeiro mandato da presidente Dilma, entre 2011 e 2014, quando os gastos públicos aumentaram, mas diminuiu conforme o governo freou os gastos no ano passado.

A presidente tem insistido que manterá a austeridade fiscal defendida pelo ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, que foi substituído em dezembro por Nelson Barbosa.

Barbosa apoia um ajuste fiscal mais gradual e está em negociações com bancos públicos para abrir novas linhas de crédito.

"Se essas medidas se materializam, vão diminuir a eficácia da política monetária e voltaríamos com as contradições que já conhecemos do primeiro mandato", disse a sócia da Tendências consultoria Alessandra Ribeiro

A presidência e o BC não comentaram o assunto.

O BC tem claramente sinalizado que outro ciclo de altas é praticamente inevitável para cumprir a promessa de levar a inflação de volta à meta em 2017.

Manter os juros na próxima semana poderia prejudicar a credibilidade do BC e levaria a volatilidade nos mercados, segundo analistas.

"O BC se colocou nessa posição ao sinalizar claramente o aumento", disse o sócio da consultoria 4E Juan Jensen. "Se não começar a alta agora, vai ficar a impressão de intervenção política."

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.