Por George Georgiopoulos e David Stamp
ATENAS (Reuters) - O governo grego criticou a intenção de membros rebeldes de sua base parlamentar de votarem contra um novo acordo de resgate financeiro na sessão desta quinta-feira à noite, afirmando que um governo sem uma maioria "não pode ir longe" e levantando a possibilidade de novas eleições.
Com apoio da oposição, o Parlamento se prepara para aprovar o resgate de 85 bilhões de euros que a Grécia precisa para evitar o calote, na próxima semana, do pagamento de obrigações de sua dívida.
O acordo deve ser aprovado com facilidade, pois os partidos de oposição prometeram apoiar o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, para assegurar que a Grécia não caia novamente no caos financeiro. Mas a votação vai ser um teste de força para uma rebelião de legisladores, contrários às medidas de austeridade, do próprio partido esquerdista de Tsipras, o Syriza. O grupo pode elevar a pressão sobre o premiê para que convoque novas eleições já em setembro.
A porta-voz do governo, Olga Gerovasili, disse que depois da votação parlamentar o foco mudaria para a reunião de ministros da zona do euro, na sexta-feira, que também precisam aprovar o resgate, o terceiro a ser concedido à Grécia nos últimos cinco anos.
Todavia, ela reconheceu que haverá uma rebelião parlamentar e sinalizou que o governo enfrentaria dificuldades nos próximos meses se o Syriza permanecer desunido.
Membros mais à esquerda do Syriza insistem que o governo deve manter as promessas eleitorais feitas em janeiro, quando chegou ao poder.
Os rebeldes, que incluem alguns ex-ministros, já votaram contra o governo na apreciação do pacote de austeridade previsto pelo acordo, irritados por Tsipras ter cedido diante das demandas dos credores internacionais quando a Grécia se aproximava de um abismo econômico, no mês passado.
Com a Grécia precisando pagar 3,2 bilhões de euros em dívidas ao Banco Central Europeu (BCE) no dia 20 de agosto, Tsipras pediu ao presidente do Parlamento, Zoe Konstantopoulou, que seja rápido no debate e aprovação da lei que permite o resgate.