Por Lefteris Karagiannopoulos e Renee Maltezou
ATENAS (Reuters) - Enquanto a Grécia caminha para o referendo no domingo que pode decidir seu futuro na zona do euro, longas filas em caixas eletrônicos se tornaram o símbolo mais forte do custo do impasse entre o governo de esquerda e seus credores internacionais.
A rejeição pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, classificando como "chantagem" as demandas de credores da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) por cortes de gastos e elevações de impostos, deixou os parceiros da Grécia tão nervosos que não há esperança de reconciliação antes da votação de domingo sobre a questão.
Com bancos fechados pelo quarto dia e controles de capital em vigor, o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, vinculou seu futuro ao resultado do referendo, dizendo que renunciará se o pedido do governo pelo "não" aos termos do acordo forem ignorados. O futuro do premiê Tsipras também está em dúvida.
"As pessoas enlouqueceram completamente. E é tudo culpa, cem por cento, de todos os políticos. São eles os culpados pela situação em que estamos agora", disse o pensionista Thanos Stamou.
"O futuro da Grécia está nas mãos do povo grego", disse Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo de ministros das Finanças da zona do euro.
"Se o resultado for positivo, então naturalmente há, no lado europeu, a disposição de ajudar a Grécia a sair da sarjeta", disse ele. "Se o resultado for negativo, então o futuro será muito mais complicado".
Para Tsipras, as apostas são altas. A previsão é que seu governo caia se eleitores apoiarem o plano de resgate que ele rejeitou como uma "humilhação" para a Grécia.