Bruxelas, 8 jul (EFE).- O presidente da França, François Hollande, reiterou nesta terça-feira que quer que a Grécia continue na zona do euro, mas reconheceu que não se pode excluir que aconteça o temido "grexit", algo que, segundo ele, será decidido no final desta semana.
Hollande disse em entrevista coletiva ao término de uma cúpula da zona do euro que hoje os países se reuniram para "retomar o diálogo e recuperar a confiança" depois do referendo de domingo na Grécia.
O encontro serviu também para estabelecer um calendário, que tem como primeira data esta quarta-feira, quando Atenas deve apresentar uma série de propostas concretas, explicou o socialista francês.
As propostas deverão ser detalhadas na quinta-feira no marco de um programa de médio prazo, acompanhado de um pedido de ajudas de curto prazo, segundo Hollande.
Em seguida, o Eurogrupo terá que examinar essas propostas no sábado, após o que deverá acontecer uma cúpula de líderes da União Europeia (UE) no próximo domingo, para tirar as conclusões.
"Eu não prejulgo nada, (a cúpula) é uma instância política do mais alto nível para tirar conclusões, seja retomar o que tenha decidido o Eurogrupo e nesse momento ratificar ou confirmar, ou para considerar outra opção, que não é o que eu desejo", comentou.
"A França quer que a Grécia fique na zona do euro e trabalha para isso. Mas a resposta corresponde primeiro à Grécia", disse Hollande.
Sobre as duas opções possíveis, que a Grécia continue entre os países da moeda única ou não, o líder francês afirmou: "Eu fico com a primeira, mas não posso excluir a segunda. Essa decisão será tomada no final da semana".
Por outra parte, Hollande advertiu que não se deve pensar que a eventual saída da Grécia do euro "não custará nada".
"Primeiro estaria o problema dos empréstimos que já concedemos, da liquidez apresentada, e das consequências dessa mudança", enumerou.
Por esses motivos, o presidente assegurou que a França "buscará um acordo até o último momento".