Por Mubasher Bukhari
LAHORE, Paquistão (Reuters) - Um ataque de um homem-bomba suicida neste domingo matou ao menos 65 pessoas, a maioria mulheres e crianças, do lado de fora de um parque público na cidade de Lahore, no Paquistão, capital de Punjab, coração político do primeiro-ministro Nawaz Sharif, disseram representantes do governo e da polícia.
A explosão aconteceu na área de estacionamento, a poucos metros de onde ficam balanços para crianças. Cerca de 300 outras pessoas foram feridas, segundo autoridades.
A facção do Talibã Jaamat-ul-Ahrar assumiu responsabilidade pelo ataque.
"O alvo foram os cristãos", disse um porta-voz da facção, Ehsanullah Ehsan. "Nós quisemos enviar essa mensagem ao primeiro-ministro Nawaz Sharif, de que entramos em Lahore. Ele pode fazer o que quiser, mas nós não iremos parar. Nossos homens-bomba vão continuar esses ataques".
O Paquistão, um país com armas nucleares e 190 milhões de habitantes, enfrenta uma insurgência do grupo Talibã, além de gangues criminosas e violência sectária. Punjab é sua maior e mais rica província.
Testemunhas disseram ter visto partes de corpos espalhadas pelo estacionamento quando a poeira baixou após a explosão.
O parque estava particularmente movimentado no domingo, devido ao fim de semana do feriado de Páscoa.
Um conselheiro do setor de saúde do governo da província de Punjab, Salman Rafique, disse que o número de mortos pode crescer consideravelmente, uma vez que muitos dos feridos passam por cirurgias de emergência em hospitais.
"A maioria dos mortos e feridos eram mulheres e crianças", disse o superintendente de polícia da região onde fica o parque, Mustansar Feroz.
Em 2014, o Paquistão lançou uma ofensiva contra o Talibã e combatentes jihadistas aliados, para evitar que estes criassem refúgios no país para lançar ataques contra o próprio Paquistão ou o Afeganistão.
Punjab tem sido tradicionalmente mais pacífica que outras partes do Paquistão. Mas no ano passado uma bomba matou um popular ministro da província e mais oito pessoas em um ataque contra a casa do ministro na região.
(Por Mubasher Bukhari; reportagem adicional de Mehreen Zahra-Malik)