Por Chris Michaud
NOVA YORK (Reuters) - Os grandes leilões da primavera norte-americana parecem destinados a quebrar recordes depois que a Christie's anunciou, nesta quarta-feira, um óleo de Picasso que deve estabelecer a marca de obra de arte mais cara já leiloada.
"Les fehommes d'Alger (Version "O")", trabalho cubista vibrante posto à venda pela última vez em 1997, quando obteve quase o triplo do preço esperado, está estimado em cerca de 140 milhões de dólares, o valor mais alto já pedido por uma obra de arte levada a leilão.
As estimativas pré-venda não incluem a comissão padrão, de pouco mais de 12 por cento, o que elevaria o preço final acima dos 155 milhões de dólares se a Christie's tiver avaliado corretamento o apelo do quadro para um mercado global de endinheirados ávidos por obras vistosas cada vez mais escassas.
A obra mais cara já leiloada, o tríptico "Three Studies of Lucian Freud", de Francis Bacon, foi arrematada por 142,4 milhões de dólares, incluindo a comissão, em novembro de 2013, embora várias obras tenham sido vendidas por valores maiores no mercado privado.
"Ficou claro que os muitos novos colecionadores globais atrás de obras-primas estavam esperando que um Picasso icônico aparecesse no mercado", disse Jussi Pylkkanen, presidente global da Christie's. "Nenhum é mais icônico que ‘Les femmes d'Alger'".
Brooke Lampley, responsável por arte impressionista e moderna da Christie's de Nova York, falou sobre o que classificou como o poder extraordinário do quadro.
"Este é o Picasso desbravador nos deslumbrando com suas habilidades e ao mesmo tempo prestando homenagem aos grandes mestres que vieram antes dele", como Ingres, Delacroix e seu grande rival, Matisse.
"É a pintura perfeita para liderar uma nova venda dedicada à inovação e à inspiração artísticas", acrescentou, referindo-se ao leilão da Christie's de 11 de maio, "Looking Forward to the Past" (‘Esperando Ansiosamente pelo Passado'), que amplia os leilões semi-anuais de arte impressionista/moderna e comtemporânea.
Picasso pintou uma série de 15 variações das "Les femmes d'Alger" de Delacroix entre dezembro de 1954 e fevereiro de 1955, nomeando suas versões de A a O, e as concebeu como uma elegia a seu amigo e concorrente Henri Matisse, que morreu semanas antes de Picasso iniciar sua série.
Nos últimos anos, a Versão O decorou galerias do Museu do Louvre em Paris, da National Gallery de Londres e da Tate britânica.
A obra foi parte da coleção de Victor e Sally Ganz, que em 1997 estabeleceram um recorde de leilões de vendedores individuais, obtendo um total de 206,5 milhões de dólares.
Antes de ser vendido, o quadro fará uma turnê internacional com exibições públicas em Hong Kong, Londres e Nova York. OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20150325T183428+0000