BAGDÁ (Reuters) - O primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, orientou neste sábado o maior fiscalizador anti-corrupção do país a investigar alegações de suborno em contratos de petróleo, e pediu para que os tribunais do país abram processos.
Uma reportagem conjunta, neste semana, da australiana Fairfax Media e do Huffington Post, citando centenas de milhares de emails, ligou a companhia de serviços energéticos Unaoil e diversas companhias internacionais de petróleo a práticas corruptas - como suborno - em diversos países, incluindo o Iraque.
"O primeiro-ministro Haider al-Abadi direciona a Comissão de Integridade a tomar medidas legais e pede para que o judiciário abra imediatamente procedimentos legais a respeito das graves notícias", de acordo com comunicado de seu gabinete.
O Iraque, cujas receitas dependem em maior parte das exportações de petróleo, tem sido afetado há anos por corrupção e mau gerenciamento, ficando em 161º lugar entre 168 países no Índice de Percepções de Corrupção da Transparência Internacional, em 2015.
Abadi tem prometido combater a corrupção e, na quinta-feira, propôs uma reestruturação de gabinete com o objetivo de enfraquecer redes de favorecimentos, mas enfrenta resistência de políticos que temem que as reformas prejudicariam suas riquezas e influência.
A reportagem nomeou diversas autoridades iraquianas, incluindo o então ministro do Petróleo Hussein al-Shahristani, acusado de aceitar milhões de dólares em subornos para influenciar a concessão de contratos lucrativos.
Shahristani, agora ministro de Educação Superior, tem negado qualquer acusação. Ele disse no sábado não estar ciente de nenhuma tentativa de suborno de representantes do ministério do Petróleo durante seu mandato e que nunca teve contato com ninguém da Unaoil.
(Por Stephen Kalin)