Juro futuros sobem no Brasil em sintonia com os Treasuries

Publicado 02.07.2025, 16:50
Atualizado 02.07.2025, 16:55
© Reuters. Notas de 200 reaisn02/09/2020. REUTERS/Adriano Machado

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a quarta-feira em alta, em meio ao avanço dos rendimentos dos Treasuries no exterior e a alguns movimentos técnicos na curva brasileira, com o diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, também reiterando a visão mais recente da instituição sobre a Selic.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2027 estava em 14,12%, ante o ajuste de 14,107% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 marcava 13,33%, ante o ajuste de 13,29%.

Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,21%, ante 13,167% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,27%, ante 13,239%.

No início do dia as taxas futuras chegaram a oscilar em baixa no Brasil, acompanhando o mercado de Treasuries, após o Relatório Nacional de Emprego da ADP mostrar que foram perdidas 33.000 vagas de emprego no setor privado dos EUA no mês passado. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 95.000 empregos.

Os números reforçaram as apostas, naquele momento, de que o Federal Reserve iniciará o processo de corte de juros no fim de julho.

Passado o primeiro impacto, as taxas ganharam força nos EUA e, em paralelo, também no Brasil, onde migraram para o território positivo ao longo da curva.

Operador ouvido pela Reuters pontuou que também houve uma pressão técnica para a abertura da curva no Brasil. Segundo ele, alguns agentes atuaram na ponta de compra de taxa nesta quarta-feira, já antecipando o hedge (proteção) para participação no leilão de títulos de quinta-feira do Tesouro Nacional.

Os investidores também se mantiveram atentos ao embate entre governo e Congresso em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Um dia após a decisão da Advocacia-Geral da União (AGU) de ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para defender o decreto do governo que elevava alíquotas do IOF, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as discussões sobre o tema não são políticas, mas jurídicas.

Perto do fechamento a curva brasileira seguia precificando quase 100% de chances de manutenção da Selic em 15% no fim de julho. Na terça-feira -- atualização mais recente -- a precificação das opções de Copom negociadas na B3 (BVMF:B3SA3) indicava 88,00% de chances de manutenção da Selic, contra 7,91% de probabilidade de nova alta de 25 pontos-base em julho.

Pela manhã, durante evento do Citi em São Paulo, Nilton David, do BC, disse que a autarquia precisa de bastante tempo para ver os dados de inflação evoluindo para onde a autoridade monetária quer, ressaltando que a meta de 3% será perseguida.

“Não existe um número que vá fazer a gente resolver a questão, é sempre uma série, uma construção, e é isso que a gente busca. Então, ‘bastante prolongado’ é que a gente vai precisar de bastante tempo para ver essa série evoluindo para onde a gente quer por ora”, afirmou.

Às 16h37, o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- subia 4 pontos-base, a 4,293%.

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