WASHINGTON (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, expressou a preocupação dos Estados Unidos com relatos de que a Rússia estaria ampliando sua presença militar na Síria em uma conversa por telefone com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, informou o Departamento de Estado.
"O secretário deixou claro que se esses relatos forem precisos, essas ações podem piorar o conflito, levar a uma perda ainda maior de vidas inocentes, aumentar o fluxo de refugiados e arriscar confrontos com a coalizão anti-ISIL que opera na Síria", disse o departamento, usando um acrônimo para Estado Islâmico.
O departamento informou ainda que Kerry e Lavrov, concordaram que as discussões sobre o conflito na Síria continuariam este mês em Nova York, onde a Assembleia Geral da ONU se reúne.
Reportagens na sexta-feira citando autoridades dos Estados Unidos descreveram um aumento de atividades militares russas na Síria, expandindo o apoio de Moscou ao presidente sírio, Bashar al-Assad, em meio à guerra civil.
Citando um funcionário não identificado da administração Obama, o New York Times publicou que a Rússia enviou uma equipe militar avançada para a Síria e mandou unidades pré-fabricadas de moradia para centenas de pessoas para um campo de pouso sírio. Também entregou uma estação de controle de tráfego aéreo portátil para esse local.
Algumas autoridades norte-americanas disseram que essa moradia temporária sugere que a Rússia pode enviar até mil conselheiros ou outros funcionários militares para o campo de pouso que serve Latakia, a principal cidade portuária da Síria que fica próxima da casa da família de Assad, segundo o Times.
A reportagem disse que as autoridades não veem indicações de que a Rússia pretende enviar forças terrestres significativas, mas pode estar preparando o campo de pouso como base para transportar suprimentos militares ou para lançar ataques aéreos para apoiar Assad.
O Los Angeles Times publicou que a inteligência norte-americana juntou evidências de possíveis unidades de moradia militares com fotos de satélites.