(Reuters) - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta quarta-feira que o governo deve continuar trabalhando para que a inflação volte para o centro da meta de 4,5 por cento e que o impacto da alta recente do dólar sobre alguns preços administrados tem dificultado a condução da política monetária.
"Uma inflação alta cria incertezas, ela inibe o investimento, além de ser uma forma que em geral as pessoas de menor renda acabam tendo um impacto maior na vida delas do que nas outras", disse o ministro em entrevista exclusiva ao Jornal Nacional, da TV Globo.
O IBGE divulgou nesta quarta-feira que a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acelerou em maio para 0,74 por cento, pressionada pelos custos de energia e alimentação, e que em 12 meses continua no nível mais alto em mais de 11 anos, a 8,47 por cento, mesmo após a sequência de altas de juros pelo Banco Central.
"Recentemente, o câmbio mudou um pouco. Há alguns preços administrados que incorporam de uma maneira muito significativa a variação do câmbio. Então, isso dificulta um pouco a administração da política monetária" disse Levy.
O ministro também ressaltou a importância da Lei de Responsabilidade Fiscal e do ajuste das contas públicas para que o país possa alcançar seus objetivos.
"Com a desorganização, com o desequilíbrio fiscal, ninguém alcança objetivo nenhum", disse o ministro.