Buenos Aires, 14 abr (EFE).- O presidente da Argentina, Mauricio Macri, disse nesta quinta-feira que a ratificação em Nova York de uma decisão que levanta as restrições que impediam ao país pagar certos credores abre "enormes portas" aos investimentos.
"Sabíamos que tínhamos que deixar para trás este tema de não acatarmos a decisão, de dever, e que o caminho era se sentar, negociar duramente e chegar a um bom fim", celebrou Macri em um ato realizado em uma fábrica de pneus da Bridgestone na cidade de Lomas de Zamora.
Um tribunal de apelações de Nova York ratificou na quarta-feira a decisão do juiz federal americano Thomas Griesa que levanta as restrições que não permitiam que a Argentina pagasse alguns devedores de bônus no marco de seu conflito com os fundos especulativos pela dívida externa.
Para o presidente da Argentina, a decisão da corte é uma "solução" que ratifica a atuação do governo e permite que os investimentos "se multipliquem" porque agora o país "voltou a ser parte do mundo", e não está "em default" e nem "em descumprimento".
Nesse sentido, insistiu que os 2,8 bilhões de pesos (cerca de US$ 190 milhões) que a Bridgestone investiu criarão 250 postos de trabalho só neste ano, o que ratifica que a Argentina vai "pelo caminho certo".
O líder também qualificou como "positiva" a reunião que manteve na quarta-feira com representantes sindicais do país, que levaram suas exigências e preocupações pela situação laboral.
"É lógico que todos temos incômodos, mas eu lhes convidei para serem parte deste caminho de crescimento", afirmou antes de assegurar que compartilha "as mesmas preocupações" que os grêmios.
Macri declarou seu "orgulho" perante a "vocação" do Japão de "acompanhar" a Argentina em sua nova etapa mediante investimentos, que supõem o caminho para a educação, trabalho e "pobreza zero" e aplaudiu que as empresas multinacionais voltem a "confiar" na "capacidade" do país para produzir e exportar.
"Esse é o caminho: que façamos cada vez mais coisas, aqui, em nosso país, para o mundo inteiro", asseverou.
Além disso, admitiu que sabe que estes meses "foram duros" e o governo teve que tomar decisões que "não foram tão simpáticas", mas afirmou que além de doer, está "convencido de que é o caminho" para conseguir um país "crível, confiável e previsível".