Caracas, 30 jun (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, manifestou nesta terça-feira sua solidariedade com o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, e encorajou o povo grego a "romper suas amarras" com o Fundo Monetário Internacional (FMI), para que "se liberte do cabresto".
"Eu quero formalmente expressar ao primeiro-ministro Tsipras e ao povo grego toda a solidariedade do povo bolivariano e chavista da Venezuela, todo o apoio, todo nosso abraço", disse o presidente durante seu programa de televisão "Em contato com Maduro".
O governante disse que a Venezuela se "rompeu de suas amarras" com o FMI e, por isso, impediu a privatização do país.
"Não tenham medo, irmãos e irmãs da Grécia, o caminho é romper as amarras com o capital financeiro internacional e o FMI, libertar-se do cabresto que pretende engolir o sangue dos povos, o trabalho dos povos, a riqueza dos países, esse é o caminho", disse.
Além disso, Maduro revelou que seu governo "admira" a "luta difícil" do povo da Grécia contra a "chantagem financeira, a chantagem econômico".
O FMI confirmou hoje que a Grécia não efetuou o pagamento de 1,6 bilhão de euros devidos à entidade, cujo prazo vencia a meia-noite de Atenas (19h de Brasília), e declarou o país "em moratória".
Além disso, o Eurogrupo descartou em sua reunião extraordinária de hoje outra ampliação do resgate à Grécia, devido à impossibilidade de realizar os trâmites necessários antes do vencimento do atual programa.
O vice-primeiro-ministro grego, Yanis Dragasakis, disse hoje que o governo pretende chegar a uma solução "que não signifique a submissão, mas também não rejeite a responsabilidade do país", em relação às obrigações com os credores.