Investing.com - Mercados financeiros do mundo inteiro provavelmente voltarão suas atenções ao evento "Forum on Central Banking" do Banco Central Europeu, que ocorrerá em Portugal, durante a próxima semana, com um painel de debates incluindo dirigentes de bancos centrais da Europa, do Reino Unido, do Japão e do Canadá em destaque.
Além disso, agentes de mercado devem estar muito atentos a comentários de Janet Yellen, presidente nacional do Federal Reserve, na busca de mais indicações sobre o momento do próximo aumento dos juros dos EUA e indícios de como o banco central norte-americano planeja reduzir seu balanço patrimonial.
Investidores também estarão de olho na leitura final do crescimento do primeiro trimestre nos EUA buscando mais evidências sobre a saúde da maior economia do mundo.
Enquanto isso, na zona do euro, investidores aguardam dados mensais de inflação na região para avaliar o momento em que o Banco Central Europeu começará a reduzir seu programa massivo de compra de ativos.
Por outro lado, agentes de mercado aguardarão os dados mensais do setor industrial da China em meio a sinais recentes de resfriamento da segunda maior economia do mundo.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. "Forum on Central Banking" do BCE
O quarto evento anual do Banco Central Europeu chamado "Forum on Central Banking" (fórum sobre bancos centrais, em tradução livre) deve acontecer em Sintra, Portugal, entre segunda e quarta-feira. Será um evento focado em investimento e crescimento em economias desenvolvidas.
Durante os dois dias de sessões e painéis, aproximadamente 150 dirigentes de bancos centrais, acadêmicos, jornalistas financeiros e representantes de alto nível do mercado financeiro compartilharão pontos de vista sobre questões de política monetária atuais e discutirão tópicos o tópico escolhido a partir de uma perspectiva de longo prazo.
Mario Draghi presidente do BCE, e Ben Bernanke, ex-presidente do Federal Reserve, realizarão a abertura do fórum com discursos no jantar de segunda-feira. Draghi deve fazer outro discurso na manhã de terça-feira.
O destaque da reunião de cúpula provavelmente será o painel de debate de quarta-feira incluindo Draghi, Mark Carney, dirigente do Banco da Inglaterra, Haruhiko Kuroda, dirigente do Banco do Japão, e Stephen Poloz, dirigente do Banco do Canadá.
Agentes de mercado procurarão quaisquer indicações sobre o momento em que os maiores bancos centrais do mundo planejam começar a reduzir seus estímulos monetários e normalizar a política monetária.
2. Discurso de Janet Yellen, presidente do Fed
Janet Yellen, presidente do Federal Reserve, deve discursar sobre questões econômicas mundiais na Palestra do Presidente de 2017 da Academia Britânica às 14h (horário de Brasília) da próxima terça-feira. São esperadas questões do público presente.
Os comentários de Yellen serão monitorados de perto para alguma nova percepção sobre o momento em que o Fed fará novo aumento da taxa de juros. A presidente do Fed poderá ser questionada sobre os planos do banco central norte-americano de reduzir seu portfólio massivo, que chegou a US$ 4,5 trilhões após a crise financeira.
Além de Yellen, alguns decisores do Fed devem fazer aparições públicas na terça-feira e podem oferecer mais indicações sobre o debate entre os membros da instituição quanto à possibilidade de taxas de juros mais altas nos próximos meses.
Patrick Harker, presidente do Fed de Filadélfia, deve fazer um discurso sobre a perspectiva econômica e comércio internacional do Centro de Economia e Finanças em Londres, ao passo que Neel Kashkari, dirigente do Fed de Mineápolis, deve fazer discurso em evento da prefeitura de Michigan.
O Fed elevou as taxas de juros pela segunda vez este ano no início de junho e manteve os planos de prosseguir com outro aumento até o fim do ano. Apesar da mensagem do Fed, agentes de mercado permanecem com dúvidas sobre a habilidade do banco central elevar as taxas tanto quanto gostaria nos próximos meses devido à inflação mais baixa.
Operadores de futuros apostam em cerca de 15% de chances de aumento da taxa de juros na reunião do Fed em setembro, de acordo com o Monitor da Taxa da Reserva Federal do Investing.com. Apostas de um aumento em dezembro são vistas em torno de 35% de chances.
3. PIB do 1º trimestre dos EUA - Terceira Estimativa
Os EUA devem divulgar números finais do crescimento econômico do primeiro trimestre às 09h30 (horário de Brasília). Espera-se que os dados mostrem que a economia tenha crescido em taxa anual de 1,2% nos três primeiros meses de 2017, sem alteração a partir da estimativa preliminar.
Além do relatório do PIB, o calendário desta semana também traz dados norte-americanos sobre encomendas de bens duráveis, confiança do consumidor, vendas pendentes de imóveis, pedidos semanais de seguro-desemprego, renda pessoal e gastos pessoais — que inclui os dados da inflação das despesas de consumo pessoal, a métrica preferida do Fed para a inflação.
Investidores provavelmente continuarão a se preocupar com as últimas manchetes de Washington por conta de quaisquer novas consequências da investigação sobre a campanha de Trump.
A crise que se agrava em torno da administração do presidente Donald Trump intensificou as dúvidas sobre a sua capacidade de impor promessas de campanha de cortes nos impostos, desregulamentação e estímulo fiscal.
4. Números da inflação da zona do euro
A zona do euro publicará seus números da inflação em maio às 06h00 (horário de Brasília) desta quarta-feira.
O consenso das previsões aponta que o relatório mostrará que os preços ao consumidor subiram 1,2%, desacelerando do ganho de 1,4% em maio, enquanto o núcleo dos preços deve aumentar 1,0%, crescendo a partir de 0,9% de aumento no mês anterior.
Alemanha, França, Itália e Espanha divulgarão seus relatórios próprios de IPC durante a semana.
Além dos dados da inflação, o instituto econômico IFO publicará os dados do m6Es sobre o clima de negócios da Alemanha em junho.
No início deste mês, o Banco Central Europeu fechou a porta para mais cortes nas taxas de juros, considerando que a economia do bloco está se recuperando, mas afirmou que a inflação parece que permanecerá fraca por anos e, assim, estímulo extraordinário ainda é necessário.
5. Dados da indústria chinesa
A Federação Chinesa de Logística e Compras deve divulgar dados da atividade do setor industrial em junho na meia-noite da próxima sexta-feira, em meio a expectativas de uma redução modesta de 51,2 no mês anterior para 51,0 agora.
Qualquer valor acima de 50,0 aponta expansão, ao passo que leituras abaixo de 50,0 indicam contração na indústria.
Analistas esperam que a economia chinesa enfraqueça nos próximos meses após um forte primeiro trimestre, com dados recentes sobre a atividade industrial também indicando que uma desaceleração gradual está em curso.
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