Por Julien Toyer
MADRI (Reuters) - A aliança esquerdista liderada pelo partido anti-austeridade Podemos caminha para obter grandes avanços na eleição geral da Espanha no dia 26 de junho, de acordo com uma pesquisa de intenção de voto atentamente aguardada e divulgada nesta quinta-feira que lançou novas dúvidas sobre a natureza do próximo governo do país.
A sondagem, baseada em 17.600 entrevistas e considerada a mais confiável para prever resultados eleitorais, mostrou que os votos serão divididos entre os quatro partidos principias e quatro menores, confirmando uma nova era de fragmentação política e de incerteza na Espanha depois de quatro décadas de um sistema estável de dois partidos.
Em consonância com o pleito anterior de dezembro, que não resultou na formação de um governo, a legenda governista conservadora Partido Popular (PP) deve ficar com a maioria dos votos novamente, mas longe de uma maioria, o que a obrigaria a formar uma 'grande coalizão' com o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e com o liberal Ciudadanos para se manter no poder.
Uma coalizão esquerdista entre o Unidos Podemos e o PSOE tampouco garantiria uma maioria, embora isso se torne possível com a abstenção de partidos regionais.
A pesquisa, realizada entre 4 e 22 de maio, previu que a aliança do Unidos Podemos conquistaria 25,6 por cento dos votos e entre 88 e 92 cadeiras na câmara baixa de 350 assentos do Parlamento espanhol – um aumento em relação às 71 que obteve em dezembro.
O PP deve ficar com 29,2 por cento dos votos e entre 118 e 121 assentos, menos que seus 123 atuais, enquanto o PSOE deve cair para o terceiro lugar com 21,2 por cento e entre 78 e 80 cadeiras – hoje tem 90. O Ciudadanos deve continuar na quarta colocação com 14,6 por cento dos votos e de 38 a 39 vagas, menos que as 40 que detém.