BBAS3: Como as ações do Banco do Brasil vão reagir após o balanço do 2º trimestre
Por Leika Kihara e Kantaro Komiya
TÓQUIO (Reuters) - A coalizão governista do Japão provavelmente perderá sua maioria nas eleições para a Câmara Alta em 20 de julho, segundo pesquisas divulgadas pela mídia local nesta terça-feira, aumentando o risco de instabilidade política em um momento em que o país luta para fechar um acordo comercial com os Estados Unidos.
Os rendimentos dos títulos japoneses subiram à medida que os investidores se preparavam para a possível derrota do primeiro-ministro Shigeru Ishiba, um falcão fiscal, o que poderia prejudicar as já frágeis finanças do país.
O Partido Liberal Democrático (PLD), partido governista de Ishiba, e seu parceiro de coalizão, o Komeito, provavelmente terão dificuldades para manter as 50 cadeiras necessárias para defender sua maioria na Câmara Alta do Parlamento, informou o jornal Asahi, com base em pesquisas eleitorais e reportagens de seus jornalistas em todo o país.
A agência de notícias japonesa Jiji também informou na terça-feira que a coalizão governista está enfrentando dificuldades na campanha eleitoral e poderá perder sua maioria na Câmara Alta.
O governo de Ishiba tem visto os índices de aprovação caírem à medida que o aumento do custo de vida, incluindo a alta do preço do arroz, atinge as famílias.
"Os baixos índices de aprovação de Ishiba refletem a insatisfação dos eleitores com o status quo", disse David Boling, diretor da empresa de consultoria Eurasia Group, em uma nota de pesquisa, acrescentando que ele vê 60% de chance de a coalizão governista perder sua maioria.
A incerteza política chega em um momento crítico para o Japão, que precisa fechar um acordo comercial com Washington até o novo prazo de 1º de agosto para evitar a imposição de tarifas comerciais de 25%.
Ishiba está planejando um encontro com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, na sexta-feira, durante sua visita ao Japão para participar do dia nacional dos EUA na Exposição Mundial em Osaka, informou o jornal Yomiuri. O principal porta-voz do governo japonês disse na terça-feira que a agenda de Bessent ainda estava sendo organizada.
Com as perspectivas econômicas cada vez mais sombrias e o aumento da inflação atingindo as famílias, Ishiba prometeu entregar pagamentos em dinheiro para amortecer o golpe do aumento do custo de vida para as famílias.
Mas Ishiba evitou os apelos da oposição para reduzir a alíquota do imposto sobre vendas no Japão. Uma derrota nas eleições pode aumentar a chance de um corte, segundo alguns analistas. Isso também complicaria os esforços do Banco do Japão para retirar a economia de um estímulo maciço de uma década.
O risco de uma política fiscal mais frouxa levou os rendimentos superlongos dos títulos do governo japonês a níveis recordes.
"Se a coalizão governista perder a maioria, os mercados ficarão atentos a pistas sobre o destino de Ishiba, a nova estrutura do governo e sua postura de política fiscal", disse Naoya Hasegawa, estrategista-chefe de títulos da Okasan Securities.
(Reportagem de Leika Kihara e Chang-Ran Kim; Reportagem adicional de Kantaro Komiya e Makiko Yamazaki)