Petróleo cai 6% com tarifas de Trump e Opep+ acelerando aumentos de produção

Publicado 03.04.2025, 10:33
Atualizado 03.04.2025, 10:35
© Reuters. Bomba hidráulica opera perto de uma reserva de petróleo no campo de petróleo da Bacia do Permiano, perto de Midland, Texas, EUAn18/02/2025nREUTERS/Eli Hartman

Por Robert Harvey

LONDRES (Reuters) - Os preços do petróleo caíam mais de 6% nesta quinta-feira, com a Opep+ acelerando a redução dos cortes na produção de petróleo em maio, o que agravou as perdas já acentuadas após o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de novas tarifas abrangentes na véspera.

Os futuros do Brent registravam baixa de US$4,93, ou 6,58%, a US$70,02 por barril, às 10h05 (horário de Brasília). Os futuros do petróleo bruto dos EUA (WTI) caíam US$5,07, ou 7,07%, para US$66,64.

O Brent estava a caminho da pior queda percentual desde 1º de agosto de 2022, enquanto o WTI teria a pior baixa desde 11 de julho de 2022.

Oito países da Opep+ concordaram em avançar com o plano de aumento da produção de petróleo, agora com o objetivo de retornar 411.000 barris por dia ao mercado em maio, em comparação com os 135.000 bpd inicialmente planejados, conforme acordado pelo grupo em reunião de ministros nesta quinta-feira.

"Primeiro vieram temores de recessão e demanda impulsionados pela ‘bazuca tarifária’ de Trump, e agora a perspectiva de aumento da oferta pela Opep+, e o petróleo vê um tombo de dois dias, devolvendo mais da metade dos ganhos do mês anterior", disse o analista do Saxo Bank, Ole Hansen.

"A menos que tarifas secundárias e sanções diretas removam barris do mercado, traders voltarão sua atenção para o risco de um excesso de oferta pressionando os preços."

Os preços do petróleo já estavam sendo negociados em queda próxima de 4% antes da reunião, já que os investidores reagiram às tarifas de Trump, preocupados de que a medida desencadearia uma guerra comercial global que reduziria o crescimento econômico e limitaria a demanda por combustível.

Trump anunciou na quarta-feira uma tarifa mínima de 10% sobre a maioria dos produtos importados para os Estados Unidos, o maior consumidor de petróleo do mundo, com tarifas muito mais altas sobre produtos de dezenas de países.

O anúncio tarifário dos EUA "provavelmente causará caos nas cadeias de suprimentos globais e, no curto prazo, aumentará o risco de uma retração econômica, prejudicando a demanda pelas principais commodities", disse o analista do Saxo Bank, Ole Hansen.

As importações de petróleo, gás e produtos refinados foram isentas das novas tarifas, informou a Casa Branca na quarta-feira.

Os analistas do UBS reduziram na quarta-feira suas previsões para o petróleo em US$3 por barril em 2025-26, para US$72 por barril, citando fundamentos de mercado mais fracos.

Traders e analistas agora esperam mais volatilidade nos preços no curto prazo, já que as tarifas podem mudar à medida que os países tentam negociar taxas mais baixas ou impor retaliações.

"As contramedidas são iminentes e, a julgar pela reação inicial do mercado, a recessão e a estagflação se tornaram possibilidades assustadoras", disse o analista da PVM, Tamas Varga.

Pesando ainda mais sobre o sentimento do mercado, os dados da Administração de Informações sobre Energia dos EUA na quarta-feira mostraram que os estoques de petróleo bruto dos EUA aumentaram surpreendentemente em 6,2 milhões de barris na semana passada, contra as previsões dos analistas de um declínio de 2,1 milhões de barris. [EIA/S]

(Reportagem de Robert Harvey em Londres, Siyi Liu em Cingapura e Nicole Jao em Nova York)

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