Por Angeliki Koutantou e Michele Kambas
ATENAS (Reuters) - O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, fez um apelo a parlamentares do seu partido nesta sexta-feira para que apoiem um duro pacote de reformas após oferecer abruptamente concessões de última hora para tentar salvar o país da catástrofe financeira.
Após entrar em uma reunião do partido sob aplausos, Tsipras convocou seus partidários do Syriza a darem seu apoio às novas propostas antes de uma votação relâmpago no Parlamento sobre as negociações, pedindo que ajudem a manter a Grécia na zona do euro.
"Somos confrontados por decisões cruciais", disse Tsipras aos parlamentares do partido segundo autoridade do governo.
"Recebemos um mandato para trazer um acordo melhor que o ultimato que o Eurogrupo nos deu, mas certamente não recebemos um mandato para tirar a Grécia da zona do euro", afirmou. "Estamos todos juntos nisso".
Ainda não está claro se todos os credores vão apoiar o mais recente pacote de reformas, que é muito parecido aos termos que a Grécia rejeitou no referendo convocado por Tsipras em junho. A Alemanha soava cautelosa, com um porta-voz do Ministério das Fiinanças descartando qualquer redução da dívida que diminua seu valor real.
Porém a França, maior defensora da Grécia na zona do euro, correu para oferecer elogios com o presidente, François Hollande, classificando a oferta como "séria e crível". O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, chamou a proposta de um "texto detalhado", mas não quis entrar em detalhes.
"O amplo suporte na Grécia dá mais credibilidade, mas mesmo então precisamos avaliar cuidadosamente se a proposta é boa e se os números fecham", disse ele a repórteres. "De um jeito ou de outro, é uma decisão muito séria que precisamos tomar".
Os ministros de Finanças dos 19 países da zona do euro vãoi se reunir no sábado para decidir se recomendam a abertura de negociações sobre um terceiro programa de resgate. Uma autoridade sênior da UE disse que a reunião vai incluir discussões sobre se a Grécia precisa de algum alívio de dívida.
A Grécia pediu 53,5 bilhões de euros para a ajudar a cobrir suas dívidas até 2018, uma revisão das metas de superávit primário à luz da forte deterioração de sua economia, e uma "reavaliação" da dívida de longo prazo do país.