Por William Schomberg e Ana Nicolaci da Costa
LONDRES (Reuters) - O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, convocou neste sábado um referendo para 23 de junho sobre a filiação à União Europeia, à medida que busca unir seu dividido Partido Conservador para um acordo o qual, segundo ele, garantirá a prosperidade e segurança britânica no bloco.
Após detalhar o acordo - tratado em uma cúpula da UE em Bruxelas - para seus ministros, Cameron disse ter conseguido a aprovação do gabinete para recomendar a eleitores que a Grã-Bretanha permaneça no bloco de países ao qual se junto em 1973.
“Eu acredito que a Grã-Bretanha será mais segura, forte e melhor ao permanecer em uma União Europeia reformada”, disse Cameron em frente à residência oficial do governo britânico em Londres.
“Deixar a Europa ameaçaria nossa economia e nossa segurança nacional”, afirmou Cameron, acrescentando que proporia ao Parlamento que o referendo fosse realizado em 23 de junho, no meio do festival de música de Glastonbury e do campeonato de futebol Euro 2016.
Um dos mais próximos aliados de Cameron, o secretário de Justiça, Michael Gove, e cinco membros do gabinete farão campanha pela saída da UE.
Embora a rebelião tenha ilustrado a profundidade da divisão sobre a Europa dentro do Partido Conservador, os ministros mais graduados de Cameron, incluindo a ministra do Interior, Theresa May, e o ministro das Finanças, George Osborne, apoiam a filiação à UE.
O acordo alcançado em Bruxelas garantiu à Grã-Bretanha uma explícita exceção de uma das metas primordiais do bloco, de construir uma “união cada vez mais próxima”, e ofereceu concessões sobre direitos sociais a trabalhadores imigrantes e salvaguardas para a cidade de Londres.
Embora eleitores britânicos estejam divididos sobre a filiação, as apostas estão mais inclinadas a favor da permanência britânica na UE após o acordo de Cameron, de acordo com a agência de apostas Ladbrokes.