CAIRO (Reuters) - A equipe jurídica nomeada pelo tribunal para representar o presidente egípcio deposto, Mohamed Mursi, interpôs recurso neste sábado, na mais alta corte do país, desafiando sentenças de prisão perpétua e de morte proferidas em junho, disse o advogado de Mursi.
O tribunal penal do Cairo condenou Mursi em junho à morte sob a acusação de assassinato, sequestro e outros crimes durante uma fuga em massa de uma prisão em 2011.
A corte também emitiu sentenças para a liderança do mais antigo grupo islâmico do Egito.
O guia geral da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, e quatro outros líderes também foram condenados. Mais de 90 outros, incluindo o influente clérigo Youssef al-Qaradawi, foram condenados à morte.
As sentenças foram parte de uma ofensiva lançada depois que o Exército depôs Mursi do poder em 2013, após protestos contra seu governo. Centenas de islâmicos foram mortos e milhares presos.
O governo declarou a Irmandade um grupo terrorista e acusou-o de fomentar uma insurgência islâmica.
Mursi não nomeou um advogado para se defender e se recusou a reconhecer a legitimidade do processo judicial, dizendo que ele continua a ser o presidente legítimo do país.
O governo disse que o Judiciário é independente e nunca intervém em seu trabalho.
(Reportagem de Mahmoud Mourad e Haitham Ahmed)