Por Francois Aulner e Angeliki Koutantou
LUXEMBURGO/ATENAS (Reuters) - O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, se uniu aos clamores internacionais por uma reestruturação da dívida da Grécia como parte de um novo acordo de empréstimo, se o país realizar reformas convincentes para evitar a falência iminente.
O pedido foi um desafio implícito à Alemanha, principal credora de Atenas, que até agora rejeitou qualquer redução, que vê como ilegal, e se mostrou reticente com a ideia de reformular a dívida para ajudar os gregos com o enorme obstáculo representado pelos reembolsos que a nação deve.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, está finalizando um pacote de aumento de impostos e reforma nas aposentadorias, que deve enviar às autoridades da zona do euro até a meia-noite para garantir um pacto que resulte em um terceiro resgate financeiro para Atenas no final de semana.
Tusk, que deve presidir uma cúpula especial do Eurogrupo no domingo que irá decidir o futuro da Grécia, espera que os planos sejam concretos e pragmáticos.
"A proposta realista da Grécia terá que ser combinada a uma proposta igualmente realista dos credores sobre a sustentabilidade da dívida. Só então teremos uma situação boa para todos", disse. "Caso contrário, continuaremos a dança letárgica que estamos dançando nos últimos cinco meses".
Um fracasso na obtenção de um acordo no domingo, incluindo a liberação de algum dinheiro que permita a Atenas cobrir o serviço da dívida ao longo das próximas semanas, poderia levar ao colapso dos bancos gregos na semana que vem, colocando a economia em queda livre e possivelmente ocasionado a expulsão do país da zona do euro.
Se não houver um entendimento, todos os 28 líderes da União Europeia irão discutir medidas para limitar o estrago de um colapso grego, incluindo a ajuda humanitária, possíveis controles das fronteiras e ações para mitigar o impacto nos vizinhos, declararam autoridades do bloco.
A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que um perdão da dívida está fora de cogitação. Ela não descartou outras opções de alívio da dívida, como ampliar as maturidades dos empréstimos, taxas de juros menores ou uma moratória mais longa nos pagamentos nos serviços da dívida.
(Reportagem adicional de Agnieszka Flak em Milão, Deepa Babington, Renee Maltezou e Michele Kambas em Atenas, Andreas Rinke em Sarajevo e Laurence Foster em Paris)