BERLIM (Reuters) - Um grupo de professores e empreendedores apresentou uma queixa contra a política monetária do Banco Central Europeu esta semana no tribunal superior da Alemanha, disse o jornal Welt am Sonntag neste domingo, em meio ao aumento das críticas alemãs contra o BCE.
O processo deve abrir um novo capítulo na batalha legal de longa data entre o Banco Central Europeu (BCE) e grupos dentro de maior economia da zona do euro, que querem reduzir o poder do banco.
A política monetária do BCE tem recebido muitas críticas na Alemanha nas últimas semanas, com políticos reclamando que as taxas de juro baixas estão atingindo a poupança e planos de pensões de alemães comuns.
A nova ação apresentada ao Tribunal Constitucional alemão acusa o BCE de ter ultrapassado o seu mandato por meio de extensas compra de títulos do governo e com o seu plano para começar a comprar títulos corporativos, disse o jornal.
Um porta-voz para o Tribunal Constitucional não pode comentar imediatamente sobre o relatório.
O jornal disse que os professores e empresários acreditam que o BCE deu início a programas que geram riscos incalculáveis para o balanço do banco central alemão, e, consequentemente, para os contribuintes alemães, sob o pretexto de atingir sua meta de inflação de pouco menos de 2 por cento ao ano no médio prazo.
"A atual política do BCE não é necessária e nem apropriada para reviver diretamente a economia na zona do euro, aumentando a taxa de inflação para cerca de 2 por cento em termos de preços no consumidor", disse Markus Kerber, advogado e professor de finanças públicas que iniciou a denúncia, segundo o jornal.
Kerber disse que o BCE está perdendo de vista o princípio da "proporcionalidade" das suas medidas, de acordo com a Welt am Sonntag.
Kerber confirmou por e-mail que resentou a queixa.