SÃO PAULO (Reuters) - As perspectivas de inflação para 2016 voltaram a piorar pela terceira semana seguida, na semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) define o futuro da Selic, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central publicada nesta segunda-feira.
Os economistas consultados também melhoraram suas visões sobre a economia brasileira, depois que a contração do Produto Interno Bruto (PIB) desacelerou no primeiro trimestre deste ano.
O Focus mostrou que a conta para inflação deste ano piorou em 0,06 ponto percentual, com a alta do IPCA estimada em 7,12 por cento, estourando a meta do governo, de 4,5 por cento com tolerância de 2 pontos percentuais.
O IPCA-15, prévia da inflação oficial, acelerou a alta em maio para 0,86 por cento, acima do esperado e maior nível para o mês em 20 anos, acumulando em 12 meses avanço de 9,62 por cento.
Para 2017 a projeção de alta do IPCA permaneceu em 5,50 por cento, dentro da meta para o ano que vem, de 4,5 por cento, com tolerância de 1,5 ponto.
Diante desse cenário, o Top 5 --grupo que mais acerta as projeções no Focus-- calculou a Selic em patamares mais altos para o fim de 2016 e de 2017. A projeção para este ano foi a 13,75 por cento, ante 13,50 por cento, e para o próximo a 12,25 por cento, de 12,00 por cento.
Pela mediana das projeções gerais, o Focus mostrou que permaneceu a visão de que a taxa básica de juros será mantida em 14,25 por cento na reunião do Copom do BC, que ocorre na terça e quarta-feira e que será a última sob a batuta de Alexandre Tombini.
Também não houve mudança nas visões para a Selic no final de 2016 e 2017, respectivamente em 12,88 e 11,25 por cento na mediana das projeções. O início do corte de juros foi mantido na reunião de agosto do Copom.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a estimativa de contração do PIB em 2016 passou a 3,71 por cento, sobre queda prevista anteriormente de 3,81 por cento.
Os economistas consultados veem recuperação em 2017, para crescimento de 0,85 por cento, sobre 0,55 por cento na pesquisa anterior.
O PIB brasileiro registrou queda de 0,3 por cento no primeiro trimestre sobre o período imediatamente anterior, diante da menor retração em investimentos produtivos e maior consumo do governo. No quarto trimestre do ano passado, havia recuado 1,3 por cento sobre o trimestre anterior.
(Por Camila Moreira)