Por Kate Holton
LONDRES (Reuters) - O Reino Unido vai votar a favor de deixar a União Europeia em um planejado referendo se o bloco não conseguir assegurar reformas "robustas, substanciais e irreversíveis", alertou o ministro britânico do Exterior, endurecendo o discurso sobre o tema.
O primeiro-ministro, David Cameron, prometeu renegociar os laços do Reino Unido com a UE antes de uma votação sobre a participação no bloco no fim de 2017. Ele é a favor de permanecer em uma união reformada, mas tem dito que não descarta nada se não conseguir as mudanças, que incluem cortes em benefícios sociais para migrantes de países do bloco.
A maioria dos levantamentos mostra que a maior parte dos britânicos quer continuar na UE, mas a margem entre esses e os que querem sair tem diminuído nos últimos meses. A crise de migrantes intensificou as reivindicações para que o país tenha de novo maior controle sobre as suas fronteiras.
O ministro do Exterior britânico, Philip Hammond, disse que os líderes europeus precisam saber que o país não está blefando em relação ao tema. Ele afirmou que os ministros de Cameron iriam decidir como votar somente depois de verem as mudanças propostas por Bruxelas.
"Se não conseguirmos os compromissos que precisamos dos nossos parceiros europeus em coisas como o Reino Unido ficar de fora do compromisso por uma união cada vez mais próxima, se nós não pudermos conseguir essas coisas, como o primeiro-ministro tem dito, não descartamos nada", disse ao jornal Telegraph neste sábado.
"É por isso que o pacote terá que ser um pacote de mudanças robusto, substancial e irreversível, assegurado por força legal própria. Pois, se tentarmos colocar para o povo britânico um pacote que seja menos do que isso, nós vamos ganhar uma framboesa deles", disse, se referindo a um gesto comum de desprezo.