Por Robert-Jan Bartunek
(Reuters) - A célula militante por trás das bombas em Bruxelas planejava atacar a França de novo depois de realizar os ataques em Paris, mas foi forçada a agir mais perto de casa já que a polícia se aproximava, informou neste domingo a promotoria belga.
As investigações sobre os ataques do Estado Islâmico em Paris em novembro que mataram 130 pessoas mostraram que muitos dos autores moravam na Bélgica, incluindo suspeitos que conseguiram escapar da polícia por mais de quatro meses.
O principal suspeito, Salah Abdeslam, foi preso pela polícia em 18 de março após um tiroteio na capital belga. Quatro dias depois suicidas mataram 32 pessoas em ataques no aeroporto de Bruxelas e no metrô no horário de pico.
"Vários elementos na investigação mostraram que o grupo terrorista tinha inicialmente a intenção de atacar na França de novo", disse a procuradoria federal da Bélgica em um comunicado.
"Surpeendidos pela velocidade do avanço na investigação, eles tomaram a decisão de atacar em Bruxelas", completou.
Nascido e criado na Bélgica, Abdeslam disse a um magistrado que planejava se explodir em um estádio de Paris, mas voltou no último minuto. O irmão dele Brahim se explodiu em um café de Paris.
Outro homem ligado aos ataques de Paris, Mohamed Abrini, foi preso em Bruxelas na sexta-feira e admitiu ser o "homem de chapéu" filmado andando no aeroporto de Bruxelas ao lado de dois suicidas.
Abrini, 31, foi acusado de assassinatos terroristas, segundo a promotoria.