SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de energia solar Solfácil realizou uma captação de 750 milhões de reais de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) verdes, em emissão que tem como objetivo financiar mais de 22 mil projetos de geração distribuída solar no Brasil.
A operação anunciada nesta terça-feira é a maior já registrada no segmento de energia solar distribuída no país e foi coordenada por Itaú BBA e XP (BVMF:XPBR31) e teve a Kanastra como empresa de securitização e administradora, disse a Solfácil.
Fundada em 2018, a Solfácil tem atuação em várias frentes do mercado de energia solar, oferecendo desde financiamento para consumidores instalarem sistemas solares de pequeno porte até distribuição de equipamentos, monitoramento da geração, seguros, e outros.
A empresa, que tem como investidores grandes fundos como QED Investors, SoftBank Group, Valor e Banco Mundial (IFC), acumula 1,5 bilhão de reais captados em 2024.
Guillaume Tiret, CFO e cofundador da Solfácil, destacou que a captação via CRI viabiliza o acesso a um público maior de investidores, com foco em pessoas físicas e um custo de capital mais atrativo, o que se traduz em taxas de juros mais baixas para os consumidores finais.
"Essa captação gerou uma demanda expressiva dos investidores, permitindo-nos aumentar a emissão de 600 milhões para 750 milhões de reais, o valor máximo previsto pela oferta", disse o executivo, em nota.
"Isso evidencia como os produtos de investimento da Solfácil atendem à demanda crescente dos investidores por investimentos de baixo risco, bom rendimento e impacto positivo no planeta", acrescentou.
A Solfácil atua no segmento de geração distribuída de energia, que engloba empreendimentos solares de pequeno porte, com até 5 MW de potência, espalhados em residências, fachadas e terrenos por todo o país. Segundo mapeamento da entidade setorial Absolar, o Brasil alcançou 30 gigawatts (GW) de capacidade instalada em sistemas de geração própria de energia, beneficiando 2,7 milhões de unidades consumidoras.
A emissão do CRI, dividida em cinco classes de séries, foi classificada pela Fitch Ratings e Moody’s Rating. A primeira série obteve a classificação mais alta AAA, enquanto a segunda série foi classificada como AA. O CRI II Solfácil obteve a classificação de título verde, comprovando seu objetivo e compromisso em combater as mudanças climáticas.
Em seis anos de atuação, a Solfácil financiou mais de 3 bilhões de reais para projetos de energia solar, que superam 1 gigawatt (GW) em potência instalada, distribuídos para mais de 110 mil clientes finais.
(Por Letícia Fucuchima)