LONDRES (Reuters) - O mercado de petróleo entrou em uma nova era com o crescimento econômico mais lento na China e o boom na produção de óleo não convencional (de xisto) nos Estados Unidos, tornando altamente improvável um breve retorno dos preços altos, afirmou a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).
A IEA, que geralmente evita fazer previsões de preços do petróleo, disse em seu relatório mensal que estes poderiam cair ainda mais em 2015, depois de terem caído ao seu nível mais baixo desde 2010 a menos de 80 dólares por barril
"Embora tenha havido alguma especulação de que o alto custo da produção de petróleo não convencional poderia estabelecer um novo equilíbrio de preços do Brent na faixa de 80 a 90 dólares, o equilíbrio da oferta/demanda sugere que o declínio nos preços ainda não chegou ao fim", disse a IEA.
Exceto por qualquer nova interrupção de fornecimento, "a pressão descendente sobre os preços poderá adicionalmente aumentar no primeiro semestre de 2015", acrescentou.
Os preços do petróleo caíram cerca de 30 por cento desde o pico de 115 dólares por barril em junho, pressionados por um dólar mais forte e aumento da produção nos Estados Unidos, e em grande parte ignorando o impacto de interrupções na extração da Líbia.
"A pressão sobre a Opep para reduzir a produção está aumentando, mas no momento a escrita parece ser de não haver consenso claro sobre um corte formal antes de sua reunião em Viena este mês", disse a IEA, que representa os países industrializados.
Em 2015, a agência deixou inalterada sua previsão para o crescimento da demanda mundial de petróleo em 1,13 milhão de barris por dia, ante uma mínima anual de cinco anos de 680 mil bpd em 2014.
Enquanto a China, a maior fonte de demanda por petróleo nos últimos anos, entrou em uma fase de desenvolvimento que exige menos aumento de consumo de petróleo, os anos de preços elevados contribuíram para novas tecnologias abrirem fontes alternativas de petróleo na América do Norte e em outros lugares.
"É cada vez mais claro que entramos em uma nova fase na história dos mercados de petróleo", disse a IEA.
(Por Alex Lawler e Dmitry Zhdannikov)
((Tradução Redação São Paulo 55 11 56447751)) REUTERS RS ES