, 24 jun (EFE).- A reunião entre o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e os dirigentes das instituições e os países credores terminou nesta quarta-feira sem um acordo sobre as propostas da Grécia, mas as partes voltarão a reunir-se nas próximas horas para tentar conseguir avanços.
"As instituições apresentaram uma nova proposta que transfere a carga para trabalhadores e aposentados com medidas sociais injustas, enquanto ao mesmo tempo propõe evitar o aumento do peso sobre os que mais têm", criticaram fontes do Executivo grego em Atenas.
Por sua parte, o vice-presidente da Comissão Europeia para o Euro, Valdis Dombrovskis, disse em Bruxelas que "estão fazendo progressos", mas "segue havendo questões pendentes" por resolver até conseguir um acordo.
"Estamos em processo de negociações intensas, estamos fazendo progressos. Não chegamos ainda (a um acordo) e vamos informar aos ministros para que nos deem mais orientações sobre como seguir adiante", acrescentou Dombrovskis.
"Vamos seguir o trabalho para buscar uma solução, que é necessária e possível", declarou por sua parte o comissário europeu de Assuntos Econômicos e Financeiros, Pierre Moscovici.
Tsipras se reuniu com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker; do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, e do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, assim como com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, Dombrovskis, Moscovici e o diretor-gerente do fundo de resgate, Klaus Regling.
Dijsselbloem, Lagarde e Draghi deixaram o encontro com o primeiro-ministro grego para participar da reunião do Eurogrupo realizado do outro lado de uma das principais avenidas do bairro europeu de Bruxelas.
Após trocar pontos de vista com os ministros, a expectativa é que o Eurogrupo seja interrompido para que os representantes das instituições que formavam a troika (Comissão, BCE e FMI) e Dijsselbloem continuem a reunião de alto nível com Tsipras, segundo disseram à Agência Efe fontes europeias.
Tsipras, que amanhã participará da cúpula ordinária de chefes de Estado e do governo da União Europeia, prevê ficar esta noite em Bruxelas, acompanhado pelo vice-primeiro-ministro grego, Yanis Dragasakis, e do ministro de Estado, Nikos Pappas.
Fontes da zona do euro afirmaram à Efe que a principal questão nas negociações entre Tsipras e seus parceiros é ainda conseguir um acordo em nível técnico.
Por sua parte, Tsipras pôs em cima da mesa a necessidade de falar da dívida e do financiamento, com propostas como a de que o Mecanismo de Estabilidade assumisse os bônus em poder do BCE, mas as instituições consideram que antes de abordar essa questão é preciso conseguir um acordo em nível técnico, segundo fontes do governo grego.
A imprensa grega divulgou hoje um documento com correções do FMI sobre o texto das propostas gregas, no qual se rejeita, entre outras questões, que o Executivo se limite a aumentar a receita do sistema de previdência através do aumento das cotações à seguridade social e insistem em uma economia global de 1% do Produto Interno Bruto (PIB).
As instituições voltam a exigir agora um aumento global dos ingressos pelo imposto sobre o valor agregado (IVA) de 1% do PIB em 2016, enquanto o gabinete tinha proposto 0,74%.
O FMI considera que o plano grego se centrou demais em elevar a pressão fiscal, por exemplo por meio de altas do IVA e dos impostos empresariais, e não em reduzir o gasto público como no custo da previdência.
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