Por Francesco Guarascio e Alastair Macdonald
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia aprovou nesta terça-feira um plano para dividir 120 mil refugiados por seus 28 países-membros, superando a oposição veemente de três ex-Estados comunistas do leste europeu.
Diplomatas disseram que os ministros do Interior reunidos em Bruxelas votaram a favor da implementação do esquema, apoiado pela Alemanha e outras grandes potências, para conseguir lidar com a pior crise imigratória do continente desde a Segunda Guerra Mundial.
O ministro da República Tcheca tuitou ter votado contra a medida, assim como seus pares de Eslováquia, Romênia e Hungria, com uma abstenção da Finlândia.
Mais cedo, Praga havia alertado que qualquer tentativa de aprovar tal plano seria impraticável e poderia terminar em um "vexame enorme" para governos e autoridades da União Europeia.
"Logo perceberemos que o rei está nu. O bom senso perdeu hoje", declarou o ministro do Interior tcheco, Milan Chovanec, no Twitter após a votação.
O influxo de quase meio milhão de refugiados fugindo da guerra e da pobreza no Oriente Médio, na Ásia e na África este ano mergulhou a UE em discussões sobre controle nas fronteiras e recriminações ásperas sobre como compartilhar a responsabilidade.
Os países do leste que não têm tradição de integrar uma grande quantidade de muçulmanos estão preocupados com o impacto que isso terá em suas sociedades e ansiosos para evitar qualquer gesto que possa incentivar um número ainda maior de desesperados a cruzar o Mar Mediterrâneo rumo à Europa.
"Se não formos capazes de encontrar a solução certa no longo prazo, a crise imigratória pode realmente ameaçar a existência da União Europeia. Mas não sou pessimista, acredito que encontraremos medidas conjuntas", declarou o primeiro-ministro esloveno, Miro Cerar, à Reuters em uma entrevista.