RIO DE JANEIRO (Reuters) - As vendas de gasolina e diesel no Brasil acentuaram sua trajetória de queda em abril, em meio à fraqueza da economia e de uma maior participação de biocombustíveis no consumo, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
No caso da gasolina C, vendida nos postos (com mistura de etanol anidro), a queda em abril foi de 8,5 por cento ante o mesmo período do ano passado, apontou a ANP em seu site. Já o diesel registrou recuo na comercialização de 3 por cento, na mesma comparação.
Com isso, no acumulado do ano até abril, o consumo de gasolina C caiu 3,7 por cento ante o mesmo período de 2014 e o de diesel recuou 2,1 por cento.
O consumo de diesel e a gasolina mais fraco está afetando as vendas totais de combustíveis no Brasil, que cresceram apenas 0,7 por cento entre janeiro e abril.
Uma atividade econômica mais fraca no país e maiores vendas de etanol hidratado, além de uma mistura maior de biodiesel no diesel, explicaram a queda nas vendas de diesel e gasolina, segundo explicou a Petrobras em seu balanço do primeiro trimestre, publicado em meados de maio.
Na ocasião, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Jorge Celestino, disse a jornalistas que a empresa está importando menos gasolina no segundo trimestre em relação ao primeiro, em função da redução da demanda interna e pelo aumento da competitividade do etanol hidratado.
Entre janeiro e abril, segundo a ANP, as vendas do etanol hidratado cresceram 32,6 por cento.
A desaceleração da demanda por combustíveis no Brasil contribuiu também para a decisão da Petrobras de reduzir o processamento de petróleo em suas refinarias, depois de ter registrado recordes de uso de capacidade em 2014.
Dados da ANP mostram que houve uma queda do refino de petróleo no país de 6,6 por cento nos primeiros quatro meses de 2015, ante o mesmo período de 2014.
(Por Marta Nogueira)