Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse nesta segunda-feira que o tema da mudança da meta fiscal para este ano não está posto e afirmou que a discussão sobre planejamento orçamentário no governo se dará somente após a divulgação de um relatório sobre receitas e despesas previsto para os próximos dias.
"Isto não está posto no momento e nós só conversaremos sobre este tema ou qualquer outro relacionado à execução orçamentária ou planejamento orçamentário a partir do relatório do bimestre", disse Costa em entrevista coletiva após uma reunião ministerial liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 enviada pelo Executivo e aprovada pelo Congresso no ano passado prevê zerar o déficit primário neste ano, mas o cumprimento da meta depende da efetivação de medidas legislativas que garantam um aumento da arrecadação federal.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem reiterado confiança em cumprir a meta fiscal de 2024, ao mesmo tempo que tem ressaltado a necessidade de uma harmonia entre Executivo, Legislativo e Judiciário para chegar ao objetivo.
Apesar da insistência de Haddad em manter a meta de zerar o déficit primário neste ano, Lula já deu declarações que apontam um compromisso menor do presidente com a meta defendida pelo chefe da Fazenda.
No mês passado, por exemplo, Lula disse em entrevista à Rádio Itatiaia, de Minas Gerais, que "se der" para zerar o déficit, "ótimo, mas, se não der, ótimo também".
EXPLICANDO OS RESULTADOS
Na reunião ministerial desta segunda, Lula pediu aos ministros que busquem maneiras de tornar compreensível para a população os resultados das políticas públicas adotadas pelo governo.
Segundo Rui Costa, o presidente pediu que os ministros revisitem os projetos lançados no ano passado e busquem sua concretização.
"E que a gente procure agregar em indicadores que sejam compreensíveis pela população, os resultados do governo, os resultados da economia, os resultados das coisas que estamos fazendo", disse o ministro da Casa Civil.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)