IPCA sobe 0,26% em julho, abaixo das expectativas do mercado
Investing.com -- O Banco Central Europeu (BCE) reduziu os juros em 25 pontos-base nesta quinta-feira, conforme esperado, em um esforço para lidar com o enfraquecimento do crescimento econômico na zona do euro. No entanto, os formuladores de política monetária evitaram sinalizar um caminho definido para os próximos ajustes nas taxas.
Apesar de reconhecer que o processo de desinflação está “bem encaminhado” e que o impacto do período de política monetária restritiva começa a diminuir, o BCE afirmou em comunicado que a economia da zona do euro ainda enfrenta desafios.
A inflação ao consumidor acelerou pelo terceiro mês consecutivo, atingindo 2,4%, enquanto o crescimento econômico ficou estagnado no último trimestre de 2024, aumentando os receios de que a região possa estar entrando em um cenário de estagflação.
O Conselho do BCE decidiu reduzir a taxa básica paga sobre os depósitos dos bancos da zona do euro de 3,0% para 2,75%. As taxas referentes às operações principais de refinanciamento e à linha de crédito marginal também foram cortadas para 2,9% e 3,15%, respectivamente.
Ao longo de 2024, o BCE realizou quatro cortes nos juros, impulsionado por sinais de atividade econômica fraca na região e pela percepção de que o forte surto inflacionário dos últimos anos pode ter sido contido pelo longo período de taxas elevadas.
Antes da decisão, analistas aguardavam possíveis indicações sobre novos cortes em 2025. No entanto, o BCE deixou claro que não assumirá um compromisso prévio com um determinado caminho para os juros, adotando uma abordagem baseada em dados e avaliando cada decisão reunião a reunião.
Ainda assim, especialistas da Capital Economics destacaram que o tom geral do comunicado sugere confiança de que a inflação retornará de forma sustentável à meta de 2% em breve. Eles também ressaltaram que, embora o custo do crédito esteja caindo, a política monetária do BCE segue em território restritivo.
“Dado que os dirigentes já não veem necessidade de manter juros elevados por muito tempo, isso sinaliza claramente que novos cortes devem ocorrer nas próximas reuniões”, apontaram os analistas.
A decisão do BCE ocorreu poucas horas depois de o Federal Reserve, nos Estados Unidos, optar por manter os juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,5%, citando dados econômicos sólidos e incertezas em relação às políticas da nova administração de Donald Trump.
Na Europa, governos acompanham de perto os planos de Trump para impor tarifas amplas sobre diversos parceiros comerciais, incluindo a União Europeia. Até o momento, essas tarifas não foram oficialmente implementadas, mas o risco de novas barreiras comerciais segue no radar. Os EUA são o principal destino das exportações da zona do euro, o que torna qualquer mudança nessa relação um fator de atenção para o bloco.
Além disso, a instabilidade política nas principais economias europeias, como Alemanha e França, tem pressionado os rendimentos dos títulos soberanos, encarecendo o custo do crédito na região.
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