O Brasil caiu da 40ª para a 46ª posição no ranking de competitividade global em 2023, de acordo com um estudo publicado pela Firjan divulgado nesta 4ª feira (11.dez.2024). O IFCG (Índice Firjan de Competitividade Global) avaliou 66 economias globais em 4 pilares, com uma escala de 1 a 100: ambiente de negócios, capital humano, eficiência do Estado e infraestrutura.
O índice brasileiro caiu de 44,4 em 2013 para 39,9 em 2023, representando uma queda de cerca de 10%. Clique aqui para visualizar o conteúdo da pesquisa na íntegra.
“O Brasil tem procurado evoluir em diversas questões, mas o indicador deixa claro que ainda falta muito para se aproximar dos países com os maiores níveis de competitividade”, disse Jonathas Goulart, gerente de estudos econômicos da Firjan.
O Brasil apareceu atrás de países latinos como Uruguai (33º) e Chile (34º) e próximo à Argentina (48º). Com relação aos BRICS, o país ficou atrás da China (13ª), Índia (42ª) e da África do Sul (45ª), ficando à frente somente da Rússia (60ª).
Dentre os países que se destacaram, Cingapura lidera o ranking com 87,7 pontos, seguido por Suíça (86 pontos) e Dinamarca (84, 2 pontos). Em último lugar (66º), encontra-se o Paquistão, com 14,5 pontos.
Categorias
O Brasil recuou nas pontuações das categorias de eficiência do estado, infraestrutura e ambiente de negócios. Em infraestrutura, o Brasil está na 47ª colocação, com uma taxa de investimento de 18% ao ano, inferior à taxa da China, com 43%, e da Índia, com 33%. Além disso, o estudo mostra que no Brasil o tempo médio para obtenção de energia elétrica é de, em média, 128 dias. Já na Índia são 53 dias.
Somente o índice de capital humano cresceu de 51 para 52,4, mas caiu da 28ª posição no ranking para a 33ª. De acordo com a Firjan, no entanto, o índice de capital humano ainda reflete um baixo investimento em educação, pesquisa e desenvolvimento.
Enquanto Coreia do Sul, Suíça, Israel, Suécia e Áustria gastam em média US$ 22.000 por aluno ao ano, o Brasil gasta em torno de US$ 3.700. Em pesquisa e desenvolvimento, a Coreia do Sul investe 4,6% do PIB (Produto Interno Bruto) ao ano e o Brasil, só 1,2%.
“Um dos graves problemas estruturais do Brasil é que as pessoas acabam não tendo acesso a uma educação de qualidade. Isso vira uma barreira para que consigam melhores postos de trabalho e um gargalo para as empresas que não conseguem mão de obra preparada para os novos tempos, à altura dos enormes desafios que as transformações tecnológicas impõem”, afirmou o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.