Por David Morgan e Susan Cornwell
WASHINGTON (Reuters) - A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, controlada pelos democratas, votou nesta terça-feira para avançar partes importantes da agenda do presidente Joe Biden, após moderados e progressistas chegarem a um acordo que lhes permite avançar nos planos de trilhões de dólares.
A votação de linha partidária por 220 a 212 aprovou uma estrutura orçamentária de 3,5 trilhões de dólares para avançar com os planos para expandir o atendimento infantil e outros programas sociais. Os parlamentares concordaram em votar até 27 de setembro um projeto de infraestrutura aprovado pelo Senado de 1 trilhão de dólares.
A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, também disse que a Casa trabalharia com o Senado para acertar os detalhes do orçamento maior de 3,5 trilhões de dólares.
Os partidários democratas de Biden têm pouco espaço para erro ao tentar aprovar as duas iniciativas de gastos massivos na Câmara e no Senado, nas quais o partido detém maiorias mínimas.
"Aprovar uma lei de infraestrutura é sempre emocionante pelo que isso significa em termos de empregos e comércio em nosso país", disse Pelosi. "Agora, mais do que nunca, também deve fazer parte da proteção ao meio ambiente."
Pelosi esperava aprovar rapidamente o esboço do orçamento, o que permitiria começar a preencher os detalhes do pacote que aumentaria gastos com creches, educação e outros programas sociais e elevaria impostos sobre ricos e empresas.
Mas os democratas de centro, liderados pelo deputado Josh Gottheimer, se opuseram, dizendo que a Câmara deveria primeiro aprovar o projeto de infraestrutura, que já teve aval de republicanos e democratas no Senado.
Os liberais, incluindo a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, disseram que não apoiariam o pacote menor sem o maior, temendo perda de impulso.
Pelosi disse que a Câmara trabalhará com o Senado nos detalhes do esboço do orçamento, que os democratas do Senado planejam aprovar usando uma manobra que contorna as regras normais da Câmara, que exigem que 60 dos cem senadores concordem em aprovar a maior parte do projeto de lei.
O líder republicano da Câmara, Kevin McCarthy, criticou Pelosi e outros democratas por trabalharem em um acordo para garantir as prioridades de gastos domésticos de Biden e a votação do texto sem enfrentamento à crise no Afeganistão.
"Talvez em seu caucus (grupo de parlamentares) você ache que é um grande dia para você e os democratas", disse McCarthy. "É um dia constrangedor para a América, constrangedor para este plenário e é constrangedor que você até mesmo siga com isso."