Por Isabel Versiani
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e os diretores da autarquia compareceram à manifestação de servidores na entrada da sede do banco nesta quarta-feira em apoio a movimento de operação padrão dos funcionários, que está sendo intensificada.
A diretoria posou para fotografia ao lado de servidores vestidos com camisetas do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal). A interação se deu durante intervalo da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve anunciar novo corte na taxa básica de juros após o fechamento dos mercados nesta quarta.
Servidores da autarquia estão trabalhando em regime de operação padrão desde o início de julho para pressionar o governo a promover uma reestruturação de carreira no BC, além de reivindicar uma espécie de bônus de produtividade.
Campos Neto e outros diretores já haviam manifestado apoio às reivindicações, citando preocupação com a desvalorização da carreira e risco da perda de quadros.
Nos últimos meses, o BC atrasou a divulgação de alguns indicadores citando como justificativa o movimento dos servidores.
Na semana passada, o Sinal anunciou que a operação-padrão seria intensificada a partir desta quarta-feira "com profundas implicações no funcionamento do órgão", incluindo atrasos na implantação da moeda digital Drex e o projeto do Pix Parcelado.
"Se o descaso por parte do governo continuar, o indicativo de greve por tempo indeterminado a partir da segunda quinzena de novembro pode vir a ser apresentado à categoria", disse o sindicato em nota.
O Copom deve anunciar nesta quarta-feira o terceiro corte consecutivo de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, que iria a 12,25% ao ano.