A China e a Coreia do Sul concordaram em acelerar negociações para acordo de livre comércio bilateral e expandir cooperação em diversas áreas, incluindo nas indústrias de alta tecnologia e inteligência artificial (IA), segundo comunicado divulgado nesta sexta-feira, 26, pelo Ministério das Relações Exteriores da China.
De acordo com a nota, os países também concordaram em manter "confiança mútua" e procurar pontos em comum para resolver diferenças, evitando interferências de "fatores externos". "A relação entre ambos os lados só pode ser melhorada, não danificada. A China está disposta a trabalhar com a Coreia do Sul para estabelecer relações diplomáticas e alcançar interações benignas", afirmou o ministério.
O "entendimento mútuo" alcançado pelos países ocorreu depois de reuniões entre o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, e sua contraparte sul-coreana, o ministro Cho Tae-yeol, nos arredores do encontro da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean, na sigla em inglês).
"Empresas sul-coreanas estão convidadas a ampliar sua presença no mercado chinês, expandindo investimentos e cooperação. A China e a Coreia do Sul são beneficiárias do livre comércio e da globalização econômica, e devem juntas resistir a politização de assuntos econômicos, garantindo o fluxo regular de cadeias de produção e oferta", afirmou Wang, em nota.
No comunicado, a Coreia do Sul reforçou sua posição de respeito à política "One China", afirmando que "claramente Taiwan é um interesse central para a China". Ambos os países também discutiram a questão da Península da Coreia. O ministro chinês Wang Yi disse que a China "não quer ver guerra ou caos" na região e defendeu que "ambas as partes tenham um papel construtivo" para obter uma solução política.
As tensões na península coreana aumentaram nas últimas semanas. A Coreia do Norte tem intensificado o envio de "balões de lixo" e testes de mísseis, em provocação a Coreia do Sul - que, por sua vez, realizou exercícios militares junto aos EUA e aliados.