Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - A desaprovação ao desempenho pessoal do presidente Jair Bolsonaro e a avaliação negativa do governo registraram um salto em maio, mostrou pesquisa do instituto MDA para a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) divulgada nesta terça-feira.
De acordo com o levantamento, a avaliação ruim ou péssima do governo subiu para 43,4%, ante 31% registrados em janeiro deste ano.
A avaliação positiva foi para 32%, ante 34,5% em janeiro, enquanto a regular caiu para 22,9%, ante 32,1%.
A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.
Já a desaprovação do desempenho pessoal de Bolsonaro subiu para 55,4%, de 47% anteriormente, enquanto a aprovação caiu para 39,2%, em comparação a 47,8% em janeiro.
A pesquisa mostrou ainda que 51,7% aprovam a atuação do governo federal no combate à pandemia de Covid-19, doença respiratória provocada pelo novo coronavírus que já matou mais de 11 mil pessoas no país, ao passo que 42,3% desaprovam. Mas a aprovação do desempenho dos governos estaduais na pandemia é significativamente maior, de 69,2%, contra uma desaprovação de 26,8%.
Bolsonaro tem entrado em atrito frequente com governadores e criticado duramente as medidas de isolamento social, adotadas pela maioria dos países e preconizadas por autoridades de saúde, pela maior parte da comunidade científica e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para frear a disseminação do vírus.
O presidente tem afirmado que essas medidas terão forte impacto econômico e defendido que apenas as pessoas que pertencem ao grupo de risco para a Covid-19 --idosos e pessoas com comorbidades, como diabéticos, cardiopatas e hipertensos-- sejam isolados.
De acordo com a CNT/MDA. 67,3% defendem o isolamento social para todos, enquanto 29,3% acham que ele deveria ser feito somente pelos integrantes do grupo de risco, e 2,6% acreditam que não deve haver isolamento social nenhum.
Diante do quadro de pandemia, o levantamento mostrou que houve uma piora acentuada nas expectativas da população em temas como emprego, renda, saúde e educação.
Para 68.1% a situação do emprego nos próximos meses vai piorar --eram 18,9% em janeiro--, ao passo que 15,1% acreditam que vai melhorar --contra 43,2% em janeiro-- e 14,4% entendem que ficará igual --contra 35,4%.
Sobre a expectativa de renda mensal, apenas 8,8% apostam em melhora --eram 34,3% em janeiro-- ao passo que 46,7% esperam piora --contra 11%-- e 41,6% apostam em manutenção --ante 51,8%.
Mais da metade dos entrevistados, 52,3%, acredita que a saúde do país vai piorar --contra 24,8% em janeiro--, 23,3% esperam melhora --eram 30,5%-- e 22,7% apostam que permanecerá da mesma forma --ante 42,6%.
Na educação, 14,1% esperam melhora --36% em janeiro--, 47,4% apostam em piora --21,4% na pesquisa anterior-- e 36,5% acreditam que a situação permanecerá estável --ante 40,5%.
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas entre os dias 7 e 10 de maio, em 494 municípios de 25 Unidades da Federação.