Por Nadine Awadalla e Mahmoud Mourad
CAIRO (Reuters) - O ex-presidente do Egito Hosni Mubarak, que governou o país por 30 anos, morreu nesta terça-feira aos 91 anos, depois de passar por tratamento intensivo em decorrência de uma cirurgia.
O ex-oficial da Força Aérea será enterrado em um funeral militar, mas o momento ainda não está claro, disse uma fonte militar à Reuters.
O filho de Mubarak Alaa afirmou em um post no Twitter com imagens de seu falecido pai que a morte ocorreu na terça-feira de manhã.
Mubarak foi deposto após protestos em massa em 2011. Ele foi preso dois meses depois e passou vários anos na prisão e em hospitais militares.
Ele foi condenado à prisão perpétua por conspirar para assassinar 239 manifestantes durante a revolta de 18 dias, mas acabou libertado em 2017 após ter sido inocentado das acusações.
No entanto, ele foi condenado em 2015 junto com dois filhos por desviar recursos públicos e usar o dinheiro para melhorar as propriedades da família. Eles foram condenados a três anos de prisão.
Em uma reação inicial, o ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargash, disse que o mundo árabe perdeu um estadista que assumiu importantes posições nacionais e históricas.
Mubarak não deixou o país após ser deposto, ao contrário de Zine El-Abidine Ben Ali, da Tunísia, que fugiu com sua família para a Arábia Saudita ao ser afastado do cargo em protestos que desencadearam as revoltas da "Primavera Árabe", que se espalharam para o Egito e outros lugares da região.
Em contraste, a família Mubarak permanece no Egito desde 2011, mas se mantém discreta.
Muitos egípcios que viveram durante o mandato de Mubarak no poder classificam o período como autocracia e capitalismo. Sua derrubada levou à primeira eleição livre do Egito, com a vitória do presidente islâmico Mohamed Mursi.
Mursi durou apenas um ano no cargo, depois que protestos em massa em 2013 levaram à sua derrubada pelo então chefe da Defesa, general Abdel Fattah al-Sisi, que agora é presidente.
Enquanto isso, figuras da era Mubarak estão gradualmente sendo absolvidas, e leis que limitam as liberdades políticas têm suscitado temores entre os ativistas de que o antigo regime está de volta.
Mubarak manteve sua inocência por muito tempo e disse que a história o julgaria como um patriota que serviu seu país desinteressadamente.
(Reportagem de Nadine Awadalla, Omar Fahmy e Mahmoud Mourad)
((Tradução Redação São Paulo; +55 11 56447764))
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