📢 Estratégia de IA ProPicks para investir após techs caírem. Subiu em julho 2x acima do S&P!Lista Completa

Fazenda vai reabrir negociações para evitar excessos em regulamentação da reforma tributária

Publicado 14.11.2023, 14:51
© Reuters. Prédio do Ministério da Fazenda em Brasília
14/02/2023 
REUTERS/Adriano Machado

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - Vencida a etapa de aprovação da emenda constitucional da reforma tributária, que pode ser concluída neste mês pela Câmara, o governo vai reabrir as negociações com parlamentares, governadores e prefeitos na tentativa de evitar excessos na regulamentação do novo sistema e minimizar pressões sobre o novo imposto, disseram à Reuters duas fontes do Ministério da Fazenda.

A regulamentação envolve uma série de pontos da reforma que geram margem para expansão de benefícios setoriais, como a lista de produtos da cesta básica, os grupos de bens e serviços que terão redução de 60% na cobrança e a definição exata das profissões que terão desconto no pagamento.

A modulação desses fatores tem impacto na alíquota geral do novo tributo sobre o consumo, que, pelos atuais cálculos da equipe econômica, deve ficar abaixo de 28%.

Técnicos do governo estão debruçados sobre os itens da regulamentação e a Fazenda pretende tornar públicos cálculos que mostram o custo envolvido em cada ponto. O plano, segundo as fontes, envolve a divulgação dos números, reuniões com lideranças partidárias e a formação de grupos de trabalho com representantes dos governos regionais.

De acordo com os relatos, a Fazenda vai apresentar a proposta de regulamentação ao Congresso somente após a conclusão desses debates -- o prazo é de até 180 dias após a promulgação da reforma. A estratégia é construir um texto que já reflita previamente a visão dos envolvidos, de modo a minimizar chances de a medida ser alterada pelo Legislativo, em uma discussão que envolve lobbies de diversos setores.

“Nós estamos querendo trabalhar junto com os Estados e municípios na construção desse projeto de lei complementar, nossa ideia é mandar antes dos 180 dias”, disse uma das fontes, acrescentando que devem ser criados mais de um grupo de trabalho, um para consolidação do sistema e outros para tratar de questões específicas.

Essa autoridade explicou que toda a regulamentação deve ser feita por meio de apenas um projeto de lei complementar. O texto estabelecerá a alíquota geral do tributo, regras de distribuição dos recursos arrecadados, normas para o Imposto Seletivo e definições sobre o mecanismo de “cashback” a famílias mais pobres.

O texto também trará as especificações sobre quem será beneficiado por reduções de alíquota, isenções e regimes favorecidos, já que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma estabelece de forma genérica as áreas contempladas e remete o detalhamento a posterior regulamentação via lei complementar.

“Tem uma discussão do escopo daquilo que já foi definido na PEC. O que é serviço de saúde (que terá desconto de 60% na alíquota), por exemplo? A maior parte dos países que têm alíquota favorecida para serviços de saúde não inclui cirurgias estéticas nesse benefício”, citou a fonte.

“Tudo isso será discutido, o que é a cesta básica restrita (com alíquota zerada) e o que é a cesta básica estendida (com desconto de 60%)? O que a gente pretende fazer é dar insumos para que o Congresso tome a decisão, com informações inclusive sobre o efeito desses benefícios sobre a alíquota padrão.”

TRANSIÇÃO

A expectativa do governo é que a regulamentação seja aprovada ainda em 2024, embora uma das fontes reconheça que o período das eleições municipais pode ser um dificultador para os trabalhos no Congresso no segundo semestre do próximo ano.

Essa autoridade ponderou que o governo tem tempo para finalizar os ajustes técnicos do novo sistema, que passará por um longo processo de transição.

© Reuters. Prédio do Ministério da Fazenda em Brasília
14/02/2023 
REUTERS/Adriano Machado

O cronograma prevê que a regulamentação será feita até 2025. O teste de cobrança dos novos tributos será iniciado em 2026 e no ano seguinte haverá substituição de Pis e Cofins (federais) pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).

O Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), por sua vez, será implementado gradualmente e terá vigência integral apenas em 2033, quando serão extintos o ICMS (estadual) e ISS (municipal).

O texto ainda prevê que em 2027 o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) será substituído por um Imposto Seletivo -- que recairá sobre produtos nocivos à saúde e ao meio ambiente -- e também será criada uma Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) com o objetivo de manter a competitividade da Zona Franca de Manaus.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.