SÃO PAULO (Reuters) - A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou nesta segunda-feira que espera um crescimento de 8,2% em 2023 nos financiamentos concedidos pelo sistema bancário do país, um leve recuo ante a projeção anterior divulgada em novembro de 8,4%.
Segundo a federação de bancos, a redução na projeção é resultado da expectativa de menor crescimento da carteira com recursos livres, de 10% para 8,6%. Já a expectativa para a carteira com recursos direcionados subiu de 6,1% para 7,7%.
Para 2022, a entidade "captou nova melhora na projeção de crescimento da carteira total, subindo de 14,1% (novembro) para 14,8%", segundo comunicado à imprensa. A pesquisa da entidade foi realizada entre 13 e 20 de dezembro, com 20 bancos.
"Essa melhora decorre principalmente das surpresas positivas com os números mais recentes da economia, especialmente nas linhas de crédito com recursos direcionados, como os programas públicos", afirmou a entidade.
A pesquisa também mostra piora das expectativas para a inadimplência da carteira livre. Para 2022, a projeção subiu de 4,3% (em novembro) para 4,4%, enquanto para 2023 avançou de 4,4% para 4,7%. Em outubro, a inadimplência desta carteira estava em 4,2%.
Além do crédito, a pesquisa da Febraban indicou que 75% dos participantes espera que o início do movimento de queda de juros pelo Banco Central ocorra apenas a partir do terceiro trimestre deste ano, nas reuniões de agosto ou setembro. Na pesquisa anterior, a maioria dos analistas (60%) apontava que isso ocorreria no segundo trimestre, afirmou a entidade. Ainda 20% dos participantes indicam que a Selic deve começar a cair só nos três últimos meses deste ano, algo não apontado na pesquisa anterior.
"Para a maior parte dos entrevistados, a tramitação da PEC da Transição resultou em alteração tanto do início da flexibilização monetária quanto em uma elevação da taxa terminal da Selic em 2023. Apenas 25% afirmaram que não alteraram suas projeções para a taxa Selic", disse o diretor de economia, regulação prudencial e riscos da Febraban, Rubens Sardenberg.
Pela pesquisa da associação de bancos, a mediana das projeções passou a indicar que a taxa Selic fique estável em 13,75% ao ano até junho e só a partir de agosto seria iniciada a flexibilização da política monetária.
(Por Alberto Alerigi Jr.)