Legalizar cassinos eleva turismo e arrecadação, dizem especialistas

Publicado 21.10.2025, 18:41
Legalizar cassinos eleva turismo e arrecadação, dizem especialistas

A autorização do funcionamento de cassinos e bingos no Brasil levará o país a atrair turistas estrangeiros e elevar o potencial arrecadatório, na visão de integrantes do setor hoteleiro e do mercado de apostas. Houve discussão sobre o tema nesta 3ª feira (21.out.2025), no “BiS (Brazilian iGaming Summit) Brasília”.

Os participantes do painel “O potencial da aposta no turismo brasileiro com a legalização dos cassinos” defenderam que a aprovação do projeto de lei 2.234 de 2022 resultaria na atração de investimentos estrangeiro e na criação de empregos para brasileiros.

O presidente da Abih-DF (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Distrito Federal), Henrique Severien, reforçou que a medida é uma “oportunidade para potencializar o turismo”. O texto que tramita no Senado sinaliza a legalização de 61 cassinos, dos quais 27 são turísticos e 34, resorts.

De acordo com Severien, haveria um mecanismo de controle da entrada de recursos facilitado a partir da ficha nacional de registro de hóspedes. “Seria muito fácil controlar aqueles que adentram nesses estabelecimentos ingressando divisas para fins de jogos e obviamente rastreamento de sua circulação”, declarou.

“Se a gente tiver a coisa muito controlada com CPF, a gente mitiga a criminalidade, a evasão de divisas e consegue criar um cenário muito positivo com potencial enorme para o crescimento do turismo no país”, acrescentou.

Cidades como Macau, na China, e Las Vegas, nos Estados Unidos, foram citadas por ele como exemplos de incremento que os cassinos deram à economia local.

O prefeito de Olímpia, Geninho Zuliani (União Brasil-SP), participou do painel por videoconferência. Ele disse que a cidade se preparou para a legalização dos cassinos com a aprovação de projeto de lei para autorizar a abertura e a concessão à iniciativa privada de cassinos integrados a resorts, no modelo da proposta federal. Isso abriu espaço para estruturar a cidade para receber esse tipo de estabelecimento.

“Nós nos antecipamos à legislação federal para não sermos pegos de surpresa lá na frente”, declarou. Zuliani afirmou que Olímpia é a 2ª cidade com mais leitos de hospedagem (35.000), o que assegura a atração de turistas.

“Olímpia vive um momento especial com 5 milhões de turistas por ano, com vários resorts”, acrescentou. Ele foi prefeito de Olímpia anteriormente, de 2009 a 2017, e disse que houve um salto no período de 700 para aproximadamente 22.000 leitos em hotéis na cidade.

Roberto Quattrini, managing director da Novomatic, afirmou ter ido estudar o caso de Olímpia. “O prefeito merece ser escutado. Um município de 55.000 pessoas que faz 70% dos turistas do Rio. Isso é uma parte fundamental que o legislador brasileiro precisa entender”, disse.

A Novomatic é uma empresa sediada na Áustria e especializada na operação de cassinos e outros tipos de jogos em cerca de 50 países. Segundo Quattrini, a legalização de cassinos não consiste em autorizar um “vício”, mas regulamentar uma atividade que já se dá de forma ilícita em todo o país. “É a hora de o Brasil destravar este potencial para ajudar ainda mais o turismo do Brasil”, declarou.

Para ele, a legislação brasileira precisa estar ciente da parte arrecadatória e dos mecanismos de controle. “Existe a necessidade de controlar os recursos não só dos jogadores, mas dos investidores”, disse.

O presidente do IJL (Instituto Brasileiro Jogo Legal), Magnho José, mediou o painel. Ele enfatizou que parte dos recursos vão para a Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo) com a aprovação do projeto de lei federal.

Magnho também disse que a proposta facilita o controle da circulação de dinheiro. “A lei já previa que todas as apostas em cassino terão que ser feitas através de pix, transferência eletrônica”, afirmou.

SEGURANÇA JURÍDICA

O mercado regulado de apostas no Brasil entrou em vigor em janeiro de 2025. Quattrini disse ser fundamental que o governo atente para não fazer mudanças bruscas.

“No setor regulado, o governo está mudando de ideia depois de 6 meses […] Esta insegurança jurídica cria um nervosismo nos grandes players internacionais e não dá segurança a um instrumento que poderia ser um fomento extraordinário no Brasil”, declarou.

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