USIM5: Ação da Usiminas opera em baixa após prejuízo bilionário; Itaú BB vê upside
Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - Os preços dos combustíveis pressionaram o IPCA-15 e a queda dos alimentos perdeu força em outubro, mas ainda assim o índice subiu menos do que o esperado no mês em meio ao recuo dos custos de energia, com a taxa em 12 meses indo abaixo de 5%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve alta de 0,18% em outubro, depois de ter subido 0,48% no mês anterior, e ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,25%.
Com o resultado mensal informado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa em 12 meses foi a 4,94%, de 5,32% em setembro e contra projeção de 5,01%.
A meta oficial de inflação é de 3,0% pelo IPCA, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
"Do ponto de vista qualitativo, o resultado também foi melhor do que o esperado: os principais indicadores de inflação subjacente vieram abaixo das estimativas. Esse desempenho coloca uma assimetria baixista para o IPCA deste ano, com probabilidade moderada de encerrar 2025 dentro da banda da meta", disse em nota Igor Cadilhac, economista do PicPay.
O maior impacto positivo em outubro foi exercido pelo grupo Transportes, com alta de 0,41% após queda de 0,25% em setembro. Esse resultado foi influenciado principalmente pelos combustíveis, que subiram 1,16%, e pelas passagens aéreas, com alta de 4,39%. O etanol (3,09%), a gasolina (0,99%) e o óleo diesel (0,01%) apresentaram altas, enquanto o gás veicular teve queda de 0,40%.
No entanto, a Petrobras anunciou nesta semana redução em 4,9% do preço médio da gasolina vendida em suas refinarias a distribuidoras a partir de 21 de outubro, em momento em que o seu combustível está mais caro do que o produto vendido no exterior.
Já o grupo Habitação mostrou desaceleração da alta a 0,16% em outubro, depois de ter subido 3,31% em setembro, uma vez que a energia elétrica residencial passou a cair 1,09%, após ter disparado 12,17% no mês anterior.
Em outubro, a bandeira tarifária para a conta de energia é vermelha patamar 1, com cobrança adicional de R$4,46 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, depois de ser adotada a bandeira vermelha patamar 2 em setembro.
Já os custos de Alimentação e Bebidas, com forte impacto no bolso dos consumidores, registrou um recuo de apenas 0,02% em outubro, contra queda de 0,35% no mês anterior.
Segundo o IBGE, a alimentação no domicílio registrou queda de 0,10%, após recuar 0,63% em setembro, com deflações nos preços de cebola (-7,65%), ovo de galinha (-3,01%), arroz (-1,37%) e leite longa vida (-1,00%). Destacaram-se entre as altas o óleo de soja (4,25%) e as frutas (2,07%).
"O resultado de outubro (do IPCA-15) reafirma a tendência recente de desinflação da economia brasileira, com um quantitativo e um qualitativo positivos. A expectativa para os meses restante do ano é de manutenção dessa tendência, com menores pressões nos combustíveis e energia, enquanto o aperto monetário deve contribuir para manter a inflação de serviços e núcleos em queda", avaliou André Valério, economista sênior do Inter.
Com a taxa básica de juros mantida em 15%, o Banco Central disse que entrou agora em um novo estágio da política monetária que prevê a Selic inalterada por longo período para buscar a meta de inflação. O BC prevê que a inflação irá se aproximar do centro da meta no primeiro trimestre de 2028.
A mais recente pesquisa Focus realizada pelo BC mostra que a expectativa de especialistas é de que a inflação termine este ano a 4,70%, com a Selic a 15%.
