(Reuters) - A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse nesta quarta-feira que o partido não faltará ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto o líder da bancada do partido na Câmara dos Deputados, Zeca Dirceu (PR), garantiu que todos os votos petistas na Casa serão favoráveis à proposta de novo arcabouço fiscal enviada pelo Executivo ao Congresso e que nenhum deputado petista apresentará emendas.
Durante audiência conjunta das comissões de Desenvolvimento Econômico, de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tanto Gleisi quanto Dirceu ressalvaram que o PT permite a divergência e o debate por ser um partido democrático, mas garantiram o apoio ao governo.
"Só uma cabeça autoritária é que pensa que não se pode ter debate sobre propostas dentro do governo. Nós somos um partido democrático e sempre primamos pelo debate e pela discussão e vamos continuar assim. E o PT nunca faltará ao governo", disse Gleisi, que também é deputada pelo Paraná, na audiência, após ser nominalmente citada pelo deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP), que questionou Haddad se as políticas que defende como ministro tem apoio de seu partido.
Na mesma linha, também em resposta a uma citação nominal feita por Kataguiri, Dirceu garantiu que a bancada do PT votarará unida a favor da proposta de arcabouço fiscal e assegurou ainda que nenhum deputado petista apresentará emendas ao texto do relator da matéria, Claudio Cajado (PP-BA).
"Há da parte da bancada do PT uma sintonia fina com o governo, com as decisões tomadas pelo ministro (Haddad). Temos plena confiança na bancada do PT que as regras apresentadas são boas para o governo e para o país e estão em sintonia com o que pensa grande parte do Congresso Nacional", disse o líder.
"A bancada do PT é democrática, todo mundo tem direito a críticas, questionamentos, mas ela tem aqui um histórico e uma qualidade: ela vota unida. Ela vai dar 100% dos votos a favor do arcabouço fiscal e obviamente não vai apresentar emendas, por mais que continuará brigando para melhorar o texto naquilo que os relatores e os demais líderes acharem que é possível, e tem sim espaço para essa melhoria", disse o líder.
Ao detalhar seu parecer sobre a proposta de arcabouço fiscal na terça, Cajado disse que buscaria um acordo para que os deputados não apresentassem emendas ou destaques ao texto e para que não houvesse veto de Lula ao que for aprovado pelos parlamentares, como forma de tentar garantir uma ampla aprovação ao novo marco fiscal.
(Reportagem de Eduardo Simões em São Paulo; Edição de Pedro Fonseca)