Militares falharam em conter crescente desmatamento da Amazônia em maio

Publicado 12.06.2020, 14:49
Atualizado 12.06.2020, 14:50
© Reuters. (Blank Headline Received)

Por Jake Spring

BRASÍLIA (Reuters) - O desmatamento na Amazônia brasileira aumentou pelo 13º mês consecutivo em maio, mostraram dados do governo nesta sexta-feira, apesar do envio de militares pelo presidente Jair Bolsonaro para combater a crescente destruição ambiental na região.

A destruição da floresta aumentou 12% em maio, em comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados preliminares de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O aumento contradiz uma comemoração do vice-presidente Hamilton Mourão, que no início da semana aplaudiu os militares por conter o desmatamento no mês passado.

"O desmatamento no mês de maio caiu ao mínimo comparado com anos anteriores. Então o nosso primeiro objetivo foi conquistado”, afirmou Mourão, que também preside o Conselho da Amazônia, durante reunião ministerial transmitida ao vivo pela TV Brasil na terça-feira.

O gabinete de Mourão não respondeu de imediato a um pedido por comentários.

De janeiro a maio, o desmatamento aumentou 34% em comparação com o ano anterior, subindo para 2.032 quilômetros quadrados.

Bolsonaro enviou militares para proteger a Amazônia em maio, repetindo uma ação semelhante feita em agosto de 2019, quando o clamor internacional cresceu devido a incêndios florestais na região.

"Agora em maio, que (os militares) também estavam em campo, os alertas do desmatamento continuaram em alta. Então, esse não é um modelo eficaz para reduzir desmatamento”, disse Cristiane Mazzetti, uma ativista florestal do Greenpeace Brasil.

Em vez de operações militares pontuais, disse Mazzetti, o governo deve fortalecer planos permanentes e de longo prazo para proteger a Amazônia, usando agências ambientais como o Ibama, que Bolsonaro buscou enfraquecer.

Na quarta-feira, Bolsonaro estendeu a mobilização militar por mais 30 dias.

O presidente tem pressionado para desenvolver a Amazônia, o que, segundo ele, tirará o povo local da pobreza, mas ambientalistas culpam suas políticas por encorajar madeireiros, fazendeiros e grileiros.

Os defensores do meio ambiente também criticaram o custo da mobilização militar, estimado pelo governo em 60 milhões de reais durante os primeiros 30 dias.

© Reuters. (Blank Headline Received)

Dados divulgados no mês passado pelo Mapbiomas, uma iniciativa de mapeamento por satélite, mostraram que 99% do desmatamento do Brasil em 2019 foi ilegal.

Especialistas veem a proteção da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, como vital para conter as mudanças climáticas, já que ela absorve grandes quantidades de dióxido de carbono.

O aumento do desmatamento neste ano supera uma alta de 11 anos registrada em 2019. Na quarta-feira, o Inpe revisou os números de 2019 para mostrar um aumento de 34%, em comparação a 29,5% no cálculo preliminar.

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