Por Sergio Goncalves e Patricia Vicente Rua
LISBOA (Reuters) - O primeiro-ministro interino de Portugal disse nesta terça-feira que está confiante sobre o programa de recuperação do país, apesar da incerteza depois da eleição do último domingo e indicativos da aliança vencedora de centro-direita de que iria “reformulá-lo”.
António Costa afirmou que é essencial que os projetos de investimento em andamento, muitos dos quais financiados por fundos de recuperação pós-pandemia da UE, continuassem.
“Estou absolutamente confiante que o programa de recuperação não passará por qualquer tipo de revés por causa de uma mudança de maioria, uma mudança de governo”, disse a repórteres durante visita a uma feira que exibia projetos de investimento cobertos pelos fundos.
A Aliança Democrática de centro-direita venceu a eleição geral do último domingo, mas, sem uma maioria absoluta, provavelmente formará um governo de minoria que depende de apoio negociado com outros partidos para aprovar legislações.
Luis Montenegro, líder da aliança que deve ser nomeado como primeiro-ministro pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa dentro de algumas semanas, disse à Reuters em dezembro que os fundos de recuperação da UE tem uma “taxa de execução baixa” e que o plano “não era bem desenhado” porque priorizava investimento público em detrimento das empresas privadas.
Ele afirmou que, se vencesse a eleição geral e ainda tivesse tempo, iria reformulá-lo “para ser mais efetivo e ativo em impulsionar a economia”, sob os riscos de as empresas portuguesas perderem competitividade no longo prazo.
(Reportagem de Sergio Goncalves e Patricia Rua)