SÃO PAULO (Reuters) - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quinta-feira que cidades e regiões do Estado que tiverem taxa de adesão ao isolamento social abaixo de 50% devem ficar fora do plano de flexibilização da quarentena do coronavírus, ao anunciar que o índice na região metropolitana da capital foi de 48% na quarta-feira.
"Se nós não tivermos uma taxa superior a 50% poderemos rever a decisão da etapa que sucede a atual quarentena que vai até o dia 10 de maio", disse Doria em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
"Não poderemos fazer flexibilização se não tivermos um índice mínimo de pessoas em casa. Ontem esse índice não foi atingido (na região metropolitana)", acrescentou.
Na véspera, Doria havia anunciado um plano, que será detalhado em 8 de maio e entrará em vigor no dia 11, para afrouxar a quarentena no Estado, que mantém fechados estabelecimentos comerciais considerados não essenciais desde 24 de março.
O governador classificou como "grave" o fato de o isolamento na Grande São Paulo ter ficado abaixo de 50%, e disse que o indicador "acende o sinal amarelo".
"Cidades onde a população está respondendo bem, positivamente, na defesa da sua saúde, dos seus familiares, de seus amigos e dos seus vizinhos, essas cidades e essas regiões certamente serão atendidas pelo programa de flexibilização após o dia 10. Cidades que não estiverem respondendo adequadamente, nós teremos um outro comportamento", afirmou.
Também presente na coletiva, o secretário de Saúde do Estado, José Henrique Germann, disse que o número de casos confirmados de Covid-19 em solo paulista aumentou em 4% entre a terça e a quarta e fez um alerta, apontando que o crescimento de apenas um dígito se deve à adesão das pessoas ao isolamento social.
"Se nós não mantivermos o fica em casa e a taxa de isolamento acima de 50%, esses números não terão esse percentual de crescimento, eles vão passar para dois dígitos, 10%, 20% ao dia, e aí o sistema de saúde provavelmente não dará conta", afirmou.
O secretário disse que a taxa de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) em todo o Estado está em 55%, índice que sobe para 74% quando se leva em conta apenas a região metropolitana.
(Por Eduardo Simões)