Atenas, 13 set (EFE).- Uma delegação de analistas da União
Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) iniciou nesta
segunda-feira, em Atenas, visita para determinar se a Grécia está
cumprindo seus compromissos de economia e redução do déficit.
A rede pública grega "Net" informou que o grupo de auditores
iniciou hoje reuniões com altos funcionários do Governo para debater
o conteúdo dos Orçamentos estatais de 2011, que serão apresentados
ao Parlamento grego no dia 4 de outubro.
Até lá, a missão internacional deve ter uma perspectiva clara
sobre as receitas e despesas do Estado grego, que este ano terá um
déficit fiscal de 8,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e prevê
reduzi-lo para 7,6% em 2011. Em 2009, o déficit foi de 13,6%.
Vários analistas consultados pela imprensa grega indicam que o
resultado do exame dependerá se o Governo segue a orientação de
especialistas internacionais para promover novas medidas de
austeridade.
O primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, reconheceu, no
domingo à noite, em entrevista coletiva, que existe um buraco
orçamentário de 1,5 bilhão de euros, mas disse que não apertará
"ainda mais o cinto enquanto continuarem os bons resultados das
medidas assumidas".
Papandreou anunciou que vai diminuir de 24% para 20% a taxa que
incide sobre o lucro das empresas, com a ideia de encorajar a
competitividade e dar impulso à atividade econômica.
Os especialistas internacionais analisarão a estratégia da
economia em política social, na saúde e nas empresas públicas,
muitas delas com enormes dívidas.
O elevado déficit público e a arrasadora dívida de 330 bilhões de
euros levaram a Grécia a solicitar ajuda à zona do euro e ao FMI
para evitar a quebra.
Desde que foi aprovado o pacote de resgate, em maio, Atenas
recebeu 29 bilhões dos 110 bilhões de euros previstos até o ano
2013.
A estratégia de austeridade suscitou numerosas greves e
paralisações, a última delas protagonizada por caminhoneiros, em ato
contra os planos do Governo de desmantelar o monopólio no setor de
transportes.
Além disso, os funcionários das ferrovias anunciaram paralisação
de 24 horas para esta terça-feira, em protesto contra o plano de
privatização da empresa ferroviária estatal. EFE