Cingapura, 13 nov (EFE).- O Fórum de Cooperação Econômica
Ásia-Pacífico (Apec), cuja cúpula anual acontece em Cingapura, foi
fundado em 1989 e tem 21 membros, que geram cerca de 55% da riqueza
mundial, são responsáveis por quase metade do comércio e concentram
41% da população do planeta.
A cidade de Canberra, capital da Austrália, foi o local de
fundação desta associação, cuja sede fica em Cingapura e que agrupa
algumas das economias mais desenvolvidas do planeta e importantes
nações emergentes.
Três das características essenciais do Apec são seu baixo nível
de burocracia, a tomada de decisões por consenso e o predomínio dos
aspectos econômicos e comerciais sobre os discursos e a apresentação
de propostas políticas.
O objetivo do fórum é fortalecer a cooperação econômica entre os
países da Bacia do Pacífico, focando três áreas de atuação: a
cooperação econômica e tecnológica, a liberalização do comércio e a
facilitação dos negócios.
Atualmente, o Apec é integrado por Austrália, Brunei, Canadá,
Coreia do Sul, Chile, China, Estados Unidos, Filipinas, Hong Kong,
Indonésia, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné,
Cingapura, Tailândia, Taiwan, Peru, Rússia e Vietnã.
O último ano de adesões ao grupo foi o de 1998, quando
ingressaram nele os três últimos países mencionados na lista. Devido
a uma norma estabelecida em 2007, novos membros só serão aceitos
depois de 2010.
Enquanto isso, na lista de espera, estão: Colômbia, Panamá, Costa
Rica e Equador.
Na última Cúpula Ibero-Americana de San Salvador, em 2008, 11
países latino-americanos, incluindo os três que já são membros do
Apec (Chile, México e Peru), formaram o chamado "Arco do Pacífico",
com o intuito de consolidar seus laços de integração e o comércio
com a Ásia.
O Apec funcionou como uma conferência de ministros até 1993,
quando os chefes de Estado ou de Governo de todos os membros se
reuniram nos EUA e institucionalizaram a realização de uma cúpula
anual, sempre precedida por uma reunião ministerial e por encontros
de empresários.
Na primeira cúpula, realizada na ilha de Blake, no estado de
Washington (EUA), o país anfitrião propôs que o fórum adotasse uma
estrutura similar à da União Europeia (UE).
Em 1994, encontro anual foi em Bogor (Indonésia), onde foram
estabelecidas as bases para a criação de uma área de livre-comércio
na Bacia do Pacífico.
Um ano depois, em Osaka (Japão), foi ratificada a chamada Agenda
para a Ação, com o objetivo de liberalizar o comércio em duas
etapas: até 2010, no caso das economias desenvolvidas, e até 2020,
no caso dos outros membros.
Na cúpula de Subic (Filipinas), foi aprovado um plano dos EUA
para liberalizar a indústria da tecnologia da informação.
Uma crise financeira, neste caso a dos países do Sudeste
Asiático, foi o principal tema da reunião de 1997, realizada em
Vancouver (Canadá), onde foi aprovada a liberalização regional de 15
setores econômicos.
Em 1998, a crise continuava e a sexta cúpula, em Kuala Lumpur
(Malásia), decidiu que o fórum deveria mudar suas atividades, seus
mecanismos e suas estruturas para atingir a meta da liberalização do
comércio.
No ano seguinte, em Auckland (Nova Zelândia), o Apec manifestou
seu apoio à entrada da China na Organização Mundial do Comércio
(OMC), ao passo que, em 2000, a reunião de Bandar Serei Begawan
(Brunei) apostou na globalização, em uma nova rodada de negociações
na OMC e em mecanismos para conter as oscilações do preço do
petróleo e evitar um impacto negativo no crescimento.
Em 2001, em Xangai (China), foram estabelecidas diretrizes para
que o fórum explorasse as vantagens da nova economia e o crescimento
econômico promovido pelos avanços tecnológicos.
Um ano depois, a cúpula de Los Cabos (México) tratou da
liberalização do comércio e da luta contra o terrorismo, tema
incluído na pauta a pedido dos EUA mas que não agradou alguns
parceiros, que manifestaram sua desaprovação na reunião de 2003, em
Bangcoc (Tailândia).
Já a cúpula de 2004, em Santiago do Chile, reafirmou a primazia
do sistema multilateral de comércio. No ano seguinte, em Pusan
(Coreia do Sul), os líderes se comprometeram a tomar medidas
destinadas à proteção da propriedade intelectual.
Em 2006, foi a vez de Hanói (Vietnã) sediar o encontro, no qual
os líderes do Apec prometeram desbloquear a Rodada de Doha,
principal tema da cúpula no ano seguinte, em Sydney (Austrália), que
tratou ainda da mudança climática e do compromisso do Apec de
melhorar a eficiência energética em 25% até 2030.
Na reunião do ano passado em Lima, os membros do fórum assinaram
uma declaração específica sobre a situação econômica mundial. EFE