Buenos Aires, 2 fev (EFE).- O chanceler argentino, Jorge Taiana,
demonstrou confiança que na próxima sexta-feira, na reunião em
Buenos Aires com altos funcionários do Brasil, se alcance um acordo
que dê maior agilidade ao comércio bilateral.
A reunião, que reunirá os ministros de Exteriores, Indústria e
Economia dos dois países, será a primeira de uma comissão
ministerial criada em novembro pelos presidentes da Argentina,
Cristina Fernández de Kirchner, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da
Silva, para destravar as dificuldades no comércio bilateral.
"A formação do grupo foi positiva. Certamente se avançou para
resolver as diferenças de um e outro país com relação ao comércio",
disse Taiana em entrevista coletiva.
O chanceler argentino assinalou que para este ano há "uma boa
projeção econômica para ambos os países", que "estará refletida na
troca bilateral", que no ano passado recuou pela crise
internacional.
Antes do encontro ministerial que será realizado na sexta-feira
em Buenos Aires, Taiana e o chanceler brasileiro, Celso Amorim, se
reunirão no dia anterior para revisar uma relação que o chanceler
argentino definiu como "estratégica e intensa".
O encontro servirá para preparar a visita de Lula a Buenos Aires
em março, além de trocar ideias sobre a próxima cúpula do Grupo do
Rio, que será realizada no México neste mês, e a situação do Haiti,
entre outros assuntos.
Além dos temas comerciais, na reunião ministerial da sexta-feira
serão abordados aspectos econômicos e financeiros, como uma análise
do impacto da crise global, a coordenação macroeconômica e o sistema
de pagamentos bilateral em moedas locais.
Sobre as relações comerciais, na quinta-feira se reunirão o
secretário de Indústria argentino, Eduardo Bianchi, e o
secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior, Ivan Ramalho, para analisar a evolução dos
negócios.
Os funcionários analisarão a evolução dos compromissos assumidos
em novembro pelos dois países para agilizar a concessão de licenças
não automáticas e os acordos setoriais para estabelecer quotas de
comércio.
"Sempre há reivindicações, mas por isso vamos trabalhar para ir
melhorando. Saímos da etapa álgida de dificuldades e estamos em um
momento bastante melhor", disse em entrevista o secretário de
Relações Econômicas Internacionais da Argentina, Alfredo Chiaradia.
EFE