Buenos Aires, 23 jan (EFE).- O vice-presidente argentino, Amado Boudou, disse nesta segunda-feira que é "lógico" que existem "dificuldades" no comércio bilateral com o Brasil, maior parceiro comercial do país sul-americano.
"O comércio com o Brasil triplicou e é normal surgir dificuldades quando se trabalha para aumentar as trocas", afirmou Boudou, que assumiu a presidência do país com a ausência de Cristina Fernández de Kirchner, que está de licença médica para tratar de um câncer.
O vice-presidente argentino fez estas declarações após o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, ter afirmado que as relações comerciais com a Argentina são um "problema permanente" para o Brasil.
"Temos boas relações políticas, mas economicamente é difícil lidar com eles", afirmou Pimentel.
Segundo dados divulgados pelo Ministério da Indústria argentino, o país representou 19,5% do superávit comercial do Brasil em 2011 e no último ano o déficit argentino no comércio com seu vizinho foi de US$ 5.800 bilhões. Além disso, o crescimento das importações dos produtos brasileiros cresceu 23% no ano passado.
Após o início da crise econômica internacional, em meados de 2008, a Argentina iniciou diversos mecanismos comerciais para proteger sua produção local, como a implementação de licenças não automáticas para a importação e acordos com setores-chave, como o automotivo, para equilibrar importações com exportações.
Há duas semanas, a Argentina criou um novo regime para as importações de bens de consumo, mediante o qual as compras deverão ser informadas previamente e sua concretização será autorizada por escritórios governamentais. EFE