Bruxelas, 5 mai (EFE).- A Comissão Europeia (CE) revisou para cima o desempenho da economia da zona do euro nesta terça-feira, prevendo um crescimento de 1,5% neste ano e 1,9% em 2016, enquanto no conjunto da União Europeia (UE) as estimativas indicam uma expansão de 1,8% e 2,1%, respectivamente.
As projeções macroeconômicas publicadas hoje para os 28 países-membros apontam que "houve uma ligeira progressão" na alta do PIB prevista para a zona do euro e da UE, aumentos de 0,2 e 0,1 pontos percentuais em relação ao divulgado há três meses.
A CE atribuiu essa melhora a "um conjunto de fatores pontuais que permitem estimular um crescimento que, sem eles, seria frágil". São eles os preços baixos do petróleo, uma evolução econômica global sustentada e a desvalorização do euro.
"A recuperação da atividade econômica na UE se confirma", destacou o vice-presidente da CE para o Euro e o Diálogo Social, Valdis Dombrovskis, após a revelação das novas perspectivas, acrescentando que as políticas adotadas pelos países-membros também contribuíram para a alta.
O comissário europeu de Assuntos Econômicos e Financeiros, Pierre Moscovici, ressaltou que a economia da região não tinha "um comportamento tão bom há anos", sendo favorecida por fatores externos e "por medidas que começam a dar resultados".
"Ainda precisamos de esforços suplementares para evitar que esta recuperação não seja conjuntural", disse Moscovici, encorajando os governos da UE a realizarem investimentos, reformas e darem sequência às políticas de responsabilidade orçamentária que permitam a criação de empregos duráveis.
A CE alertou também para o "desigual crescimento econômico" entre os países-membros, cuja evolução do PIB neste ano varia entre 3,6%, previsto para Irlanda e Malta, e -0,5% do Chipre. Finlândia e Croácia (0,3% cada), Grécia (0,5%) e Itália (0,6%) também preocupam.
Entre as grandes economias da zona do euro, os analistas da CE preveem uma expansão de 1,9% para a Alemanha em 2015 e 2% no próximo ano. Para a França de 1,1% e 1,7%, Espanha 2,8% e 2,6%, e Reino Unido, fora do euro, de 2,6% e 2,4%.
Sobre a inflação, a CE estima que o índice "seja quase nulo no primeiro semestre de 2015" por causa da queda dos preços da energia, embora espere um aumento no restante deste ano e em 2016. A expectativa é que a taxa fique em 0,1% em 2015 e 1,5% em 2016.
O nível do desemprego, uma das principais preocupações europeias, terá baixa, mas seguirá elevado, conforme as previsões. Dentro da UE, a projeção é de um índice de desocupação de 9,6% neste ano e 9,2% em 2016. Para a zona do euro as estimativas são mais pessimistas, com 11% e 10,5%, respectivamente.
As perspectivas orçamentárias em ambas as regiões "seguem melhorando" após os ajustes realizados nos últimos anos e pela melhora econômica geral, diz a CE, que projeta a média do déficit ao PIB na UE será de 2,5% em 2015 e 2% no ano que vem.